CDB e CDI: entenda a relação e dicas para investir

Por Redação Onze

CDB-CDI

Se você investe no mercado financeiro, certamente já ouviu falar de CDB e CDI. Mas você sabe o significado dessas siglas e o impacto que elas têm nas suas finanças?

CDB e CDI são Certificados de Depósito. No primeiro caso, o “B” se refere a “Bancário”. No segundo, “I” designa “Interbancário”.

No CDB, você empresta dinheiro aos bancos e recebe o valor corrigido de juros no prazo de vencimento. Já no CDI, o empréstimo ocorre entre os próprios bancos.

E qual é a relação entre as siglas? É o que vamos descobrir ao longo das próximas linhas.

CDB e CDI: qual é a relação?

A relação entre CDB e CDI é que o segundo é usado como referência para cálculo da rentabilidade do primeiro. Para entender melhor, vamos falar da taxa DI, pois é a partir dela que se determina quanto o investidor receberá ao final.

A taxa DI é calculada diariamente pela Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados (que integra a B3, companhia que administra a bolsa de valores), com base nas operações de CDI. É uma média dos juros aplicados nesses empréstimos entre bancos, que usam a taxa Selic como base.

E onde entram os CDBs? Grande parte desses títulos têm sua rentabilidade determinada com base na DI. Ou seja, as operações de CDI definem a DI, que por sua vez é aplicada em percentuais como parâmetro de rendimentos do CDB.

Então, quanto maior for a DI, maior será seu rendimento em um CDB que tem por base essa taxa. Além desse aspecto, há outros fatores que influenciam na rentabilidade do seu título, como o prazo de vencimento.

O que significa CDB 100% do CDI

Quando um CDB paga 100% do CDI, isso quer dizer que, o rendimento seguirá exatamente a taxa DI. Por exemplo, suponha que você investiu em CDB por um ano. Se o CDI foi 4%, isso quer dizer que seu dinheiro aplicado foi valorizado em 4%. Se você investir R$ 5 mil, ao final do período receberá R$ 5.200,00 antes dos impostos.

Porém há um detalhe importante: como se trata de uma rentabilidade pós-fixada, você não sabe exatamente quanto receberá no vencimento. Caso haja redução da Selic, taxa básica de juros da economia, o investimento vai render menos do que no momento da aplicação.

Além dos pós-fixados, há CDBs prefixados e híbridos. Os primeiros têm um percentual de rendimento predefinido, e os segundos contam com uma taxa de juros fixa acrescida de um indicador, como o IPCA (que mede a inflação).

Mas, seja qual for o tipo de CDB que você escolher, a rentabilidade terá relação direta com o CDI. Isso porque o CDI e a taxa DI seguem de perto a taxa Selic, ajustada periodicamente pelo Banco Central para controlar a inflação e os fluxos da economia. E a Selic é o fator mais decisivo para os juros de títulos de renda fixa em todo o mercado.

Dicas para investir em CDB que supera o CDI

Você já sabe a importância do CDI para o CDB e que, quanto maior a taxa DI, melhor será sua rentabilidade. Veja agora algumas dicas para comprar títulos que superem essa taxa.

Busque emissores de médio porte

Na hora de investir em CDB, procure bancos menores, pois estes podem oferecer taxas de rendimento mais interessantes. Lembre que o CDB é uma forma de captação de recursos, na qual você empresta dinheiro para o banco e recebe seu capital de volta ao final do período acrescido de uma taxa de juros.

Bancos maiores, por terem mais investidores e recursos, não precisam se esforçar tanto para levantar capital. Geralmente, títulos CDB com taxa baseada no CDI não oferecem rendimentos muito superiores aos 100% a.a.

No entanto, se você pesquisar as opções de bancos menores, poderá encontrar taxas até acima de 110%. Essa busca você pode fazer por meio de uma corretora de valores.

Invista para prazos mais longos

Uma forma de aumentar a rentabilidade do CDB pós-fixado em CDI é investir em títulos com prazos mais longos. Em média, quanto mais longo for o vencimento, maior será o prêmio.

Uma das vantagens dessa escolha é a tabela regressiva do IR. Assim como acontece em outros investimentos, quanto maior o prazo, menor será a alíquota incidente sobre o seu lucro.

A maior taxa de IR cobrado sobre o rendimento do CDB é de 22,5%, para investimentos até 180 dias. Já a menor taxa é de 15% para aquelas que passam de 720 dias. Esse desconto ocorre apenas no momento do resgate.

Ainda, nos primeiros 30 dias há incidência de IOF. Esse imposto também é cobrado de forma regressiva, começando em 96% e caindo para 3%, zerando no 30º dia.

Mas, antes de entrar em um CDB de longo prazo, faça uma reserva de emergência. O CDB é o tipo de aplicação que, se você quiser resgatar antes do vencimento, poderá não apenas perder a rentabilidade, como parte do dinheiro investido.

Fique atento ao limite do FGC

Para quem prioriza baixo risco e segurança nos investimentos, o CDB tem a vantagem de ser protegido pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGV). Isso quer dizer que, se você comprar CDB de um banco e durante a aplicação esse banco quebrar, você receberá seu capital de volta.

Porém a restituição é garantida apenas para investimentos até R$ 250 mil por pessoa em cada conglomerado financeiro. Então, se você quiser investir mais do que essa quantia, pode dividir o valor em diferentes instituições financeiras para contar com a proteção do FGV.

Ficou clara a relação entre CDB e CDI? Se você gostou deste artigo, compartilhe com outros investidores. E continue acompanhando nossos materiais para investir melhor no longo prazo.