Como começar a investir na bolsa e maximizar seus ganhos em 6 passos

Por Redação Onze

Como começar a investir na bolsa e aproveitar as oportunidades da renda variável? Muitos investidores brasileiros estão fazendo a mesma pergunta, movidos pela necessidade de aumentar seus ganhos em tempos de juros baixos e renda fixa enfraquecida.

Felizmente, a bolsa de valores está mais prática e acessível do que nunca, e, ao contrário do que se pensa, há espaço para todos os perfis. Prova disso é que 1 milhão de pessoas físicas começaram a investir em ações entre 2019 e 2020 (B3).

Para os investidores iniciantes, é melhor começar com investimentos de longo prazo e ações mais sólidas, que permitem construir patrimônio. Para isso, é importante conhecer muito bem o mercado de ações antes de comprar o primeiro papel, além de compreender os métodos de análise e diferentes abordagens.

Neste guia de como começar a investir na bolsa, reunimos as principais razões para investir em ações, conceitos fundamentais e um passo a passo para entrar nesse mercado do zero.

Investir na bolsa: saiba como começar

Se você quer saber como começar a investir na bolsa, é sinal de que já está um passo à frente nos investimentos e disposto a encarar a renda variável. Ao contrário da renda fixa, essa categoria de investimentos não tem a rentabilidade conhecida no momento da aplicação e pode ter resultados positivos ou negativos.

O que os investidores fazem é analisar a fundo a performance da empresa e os movimentos do mercado para identificar os papéis com maior potencial de valorização.

Aliás, vale lembrar a definição de ação: a menor fração do capital social da empresa que dá direito à participação na sociedade. Logo, a posse desses ativos torna você um acionista do negócio, que pode ganhar com a valorização da empresa ou proventos (parte do lucro líquido distribuída entre acionistas).

Para entender como começar a investir na bolsa, você precisa ter esses conceitos claros e compreender a dinâmica do mercado de ações. Quanto mais conhecimento você tiver, melhor será a implementação da sua estratégia de investimento — e menores os riscos de ter prejuízo.

Como funciona o investimento na bolsa

Basicamente, a bolsa brasileira atua como intermediadora da compra e venda de ações entre investidores, garantindo a segurança das transações e o cumprimento de regras e processos padronizados.

Além disso, a B3 é responsável pela listagem de ações, divulgação de informações das empresas, criação e implementação de sistemas de negociação, operações de registro, liquidação e compensação, entre outras funções. Durante seus pregões, os investidores podem emitir suas ordens de compra e venda de ativos e negociar ações por meio de sistemas online chamados home brokers (com intermédio de uma corretora).

A vantagem é que quase 100% das negociações já ocorrem online, e qualquer pessoa pode comprar e vender ações por meio de uma corretora de valores.

Por que vale a pena começar a investir na bolsa

De acordo com o Diretor de Relacionamento com Clientes da B3, Felipe Paiva, a bolsa brasileira está cada vez mais democrática. “Há dois anos temos acompanhado a entrada constante da pessoa física na renda variável, e estamos desmistificando a história de que as pessoas precisam de muito dinheiro para investir.” — afirma em artigo da B3 de 2020.

Entre os fatores que explicam esse movimento está a queda histórica da Taxa Selic (3% em abril de 2020), campanhas de marketing da própria B3 para atrair pequenos investidores e avanços na educação financeira e acesso à informação. A taxa de juros baixa tem grande peso na equação, pois derruba os rendimentos das aplicações mais conservadoras — a tradicional renda fixa — e incentiva os investidores a buscarem ganhos melhores na renda variável.

Além disso, está mais fácil do que nunca investir em ações, graças ao avanço das soluções digitais, processos 100% online e ampla disponibilidade de conteúdos sobre o assunto na internet. Nesse cenário, os investidores estão descobrindo que as ações são excelentes investimentos de longo prazo, com grande potencial de retorno — desde que saibam escolher as empresas certas.

Só para citar alguns exemplos de sucesso na B3, as ações da Comgás (CGAS5) cresceram 1.535% entre 2010 e 2019, enquanto as Lojas Renner (LREN3) cresceram 1.143% e a Localiza (RENT3) 921,9%, segundo levantamento do Estadão feito em 2020 com dados da Economática. Ou seja: quem comprou essas ações e manteve em seu portfólio nos últimos anos teve ganhos extraordinários em relação a outros investimentos.

Como começar a investir na bolsa em 6 passos

Aprender como começar a investir na bolsa é fundamental para dar seus primeiros passos sem arriscar seu patrimônio.

Siga as etapas abaixo para iniciar no mercado de ações.

1. Defina seus objetivos

Antes de começar a investir na bolsa, é importante ter objetivos claros sobre o investimento, respondendo às seguintes perguntas:

  • Qual o seu perfil de investidor (conservador, moderado ou arrojado)?
  • Qual sua meta financeira (ex: comprar um imóvel, alcançar independência financeira, construir patrimônio, juntar R$ 1 milhão)?
  • Por quanto tempo você pretende deixar o dinheiro investido na bolsa?

Essas questões são importantes para determinar sua tolerância ao risco e embasar sua estratégia de investimento na bolsa. Além disso, é importante ter um valor em mente para acompanhar seu progresso e alcançar seus objetivos.

2. Trace sua estratégia

Há várias estratégias para investir em ações, mas podemos dividi-las em duas principais categorias:

  • Estratégias de longo prazo: buscam retornos em longo prazo e priorizam ações de empresas consolidadas, com resultados consistentes e maior potencial de valorização para construir patrimônio
  • Estratégias de curto prazo: buscam ganhos rápidos com a compra e venda de posições no mesmo dia (day trading) ou em questão de semanas, com base em táticas especulativas e de alto risco.

Para começar a investir na bolsa, é melhor optar por uma estratégia mais conservadora, mesmo que seu perfil seja mais arrojado. O melhor caminho, nesse caso, é olhar para o longo prazo e se acostumar aos poucos com a montanha-russa dos preços das ações.

Se você já começar de olho nas oscilações, pode acabar sucumbindo aos momentos de pânico e queda no mercado e cometendo o pior erro dos investidores iniciantes: vender as ações em queda e amargar o prejuízo. Na estratégia de longo prazo, você entende que essas quedas são passageiras e evita tomar decisões precipitadas, deixando que o tempo compense as baixas.

3. Use um método de análise

As estratégias acima são baseadas em dois principais métodos de análise de ações, que definem quando e onde investir:

  • Análise fundamentalista: é o método focado em longo prazo, que se baseia nos fundamentos da empresa (demonstrativos contábeis e financeiros, qualidade da gestão, ambiente concorrencial, cenário econômico, etc.) para determinar sua saúde financeira e potencial de valorização
  • Análise técnica: é o método focado em curto prazo, que se baseia em gráficos e fluxos de ordens para entender o movimento do mercado e identificar tendências de alta e queda do preço das ações em um futuro próximo.

Para iniciantes, a análise fundamentalista é a mais indicada, pois ajuda a identificar as ações mais sólidas para construir riqueza em longo prazo. Inclusive, o bilionário e guru dos investimentos Warren Buffett é um dos principais defensores desse método, que deu origem à famosa estratégia buy and hold.

Em entrevista à CNBC de 2018, Buffett aconselha os investidores iniciantes: “Se você não está disposto a manter uma ação por dez anos, nem pense em tê-la por dez minutos”. Com essa frase, ele resume o que significa buy and hold: comprar ações de empresas consolidadas e mantê-las em seu portfólio até que atinjam seu potencial máximo de valorização (sem se preocupar com oscilações em curto prazo).

Foi assim que Warren Buffett construiu sua fortuna de 73,2 bilhões (2020), investindo em ações de empresas sólidas como Coca-Cola, Bank of America, Apple, Delta Air Lines, Visa e Kraft Heinz.

4. Escolha as empresas

Depois de traçar seus objetivos e estratégias, é hora de selecionar as empresas que vão compor seu portfólio de ações. Na B3, os investidores classificam os papéis da seguinte forma:

  • Blue chips: ações de grandes empresas consolidadas, com liquidez e líderes em volume de negociações, como Petrobras, Vale, Itaú e Ambev
  • Mid Caps: ações de empresas de médio porte com potencial de crescimento, mas liquidez inferior
  • Small Caps: ações de empresas menores e com valor de mercado inferior (geralmente empresas novas e scale-ups), que podem ter alto potencial de crescimento, mas também têm maior risco e baixa liquidez.

Tradicionalmente, as blue chips são a zona de conforto dos investidores e consideradas “mais seguras” para começar a investir na bolsa, pelos seus resultados consistentes e alta liquidez (podem ser vendidas facilmente). Além disso, se enquadram na estratégia de longo prazo que vimos anteriormente e costumam pagar dividendos.

Mas nada impede que você inclua Small-Caps e Mid-Caps no seu portfólio, desde que analise a relação risco x retorno e esteja ciente dos riscos.

5. Abra sua conta em uma corretora

O próximo passo é colocar os conhecimentos em prática, e para isso você precisa abrir uma conta em uma corretora de valores — a B3 tem uma lista completa. Hoje, já é possível realizar o processo 100% online, enviando seus documentos por aplicativo.

Para escolher sua corretora, considere critérios como:

  • Taxa de corretagem (quanto menor, melhor)
  • Cobertura da taxa de custódia da B3 (algumas já isentam o cliente dessa taxa)
  • Credibilidade no mercado
  • Qualidade da carteira recomendada
  • Atendimento e suporte ao investidor
  • Qualidade do home broker.

Após abrir a conta, basta transferir dinheiro e acessar o home broker para começar a investir na bolsa — lembrando que muitas corretoras já oferecem recomendações de acordo com seu perfil e objetivos.

6. Monte seu portfólio e acompanhe de perto

Por fim, é só determinar qual porcentagem do seu capital será alocado em ações e começar a montar seu portfólio. No início, é melhor comprar papéis de poucas empresas diferentes (há opções de lotes padrão com 100 ações ou lotes fracionários por unidade), para diversificar seus investimentos sem perder o controle.

Depois, é importante acompanhar as oscilações de preço das ações e o desempenho das empresas, mesmo que sua estratégia seja de longo prazo. Há ainda outros caminhos para investir em ações sem ter que comprar diretamente os papéis, como os fundos de ações e ETFs.

Entendeu como começar a investir na bolsa de forma consciente e com visão e longo prazo? Para conhecer outras soluções financeiras para construir e preservar seu patrimônio, confira os artigos da Onze!