Estresse ocupacional: como evitar na sua empresa

Por Redação Onze

Estresse-ocupacional

É muito difícil evitar que os colaboradores se sintam sobrecarregados vez ou outra. Afinal, no mundo corporativo, há projetos, metas, expectativas e, por vezes, mudanças e conflitos. Por esses e outros motivos, o estresse ocupacional é um desafio comum a todas as empresas, seja qual for o seu porte ou segmento de mercado.

Idealizar e perseguir um cenário em que o estresse ocupacional não exista é importante para buscar ações que minimizem o problema, aumentando a satisfação e também o rendimento dos colaboradores.

Ao deixar o estresse correr solto e não reagir a ele, corre-se o risco de o problema evoluir, levando a quadros patológicos e queda generalizada na motivação e produtividade.

O que é estresse ocupacional?

Estresse ocupacional é uma resposta fisiológica do organismo de um trabalhador em reação a determinado estímulo ou situação vivenciada no ambiente de trabalho.

É importante deixar claro que estamos falando de reações automáticas do organismo, que, diante dos gatilhos do estresse, libera hormônios como cortisol e adrenalina como se estivesse nos preparando para agir fisicamente ou fugir, se necessário.

A manifestação dessa resposta fisiológica varia de pessoa para pessoa, de acordo com a sua capacidade de reconhecer e controlar o estresse. No geral, pode envolver medo, mau humor, agressividade, choro e outras reações.

Com o tempo, o estresse frequente gera desgaste físico e emocional, diminuindo a imunidade do indivíduo, que fica mais vulnerável a doenças.

Segundo o International Stress Management Association (Isma), um em cada três brasileiros sentiu os efeitos do estresse no trabalho nos últimos meses- ficando atrás apenas do Japão no levantamento da entidade.

Causas do estresse ocupacional

O que causa o estresse são agentes estressores, situações que desencadeiam a reação fisiológica. É importante dizer que nem sempre é possível identificar se o estresse de uma pessoa se originou no trabalho ou na vida pessoal.

“Muitas vezes, a pessoa está em um momento de estresse em casa e no trabalho. Não tem mais esse negócio de ‘estou levando esse problema para casa’, porque o ser humano é holístico“, explica Caroline Fioravante, coach de líderes e empreendedores, com MBA em Gestão Estratégica de Negócios.

Se o trabalhador enfrenta uma situação delicada em sua vida pessoal, por exemplo, ele pode encarar outro agente estressante no trabalho – e uma coisa impacta na outra. Dito isso, vamos apresentar algumas das causas mais comuns do estresse ocupacional diretamente relacionadas ao dia a dia nas empresas.

  • Projeto complexo: o profissional pode se sentir estressado por ter uma grande responsabilidade em um projeto importante
  • Fase ruim da empresa: essa situação pode levar o colaborador a se sentir em dúvida quanto ao seu futuro, o que é altamente estressante
  • Síndrome do impostor: quando o colaborador é inseguro quanto à sua capacidade profissional, chegando ao ponto de não aceitar as próprias conquistas
  • Problemas de comunicação e relacionamento: um ambiente de trabalho competitivo em excesso e chefes que se comunicam de forma agressiva são fontes de estresse ocupacional
  • Cobranças e medo: cobrança por resultados é natural, mas, se não houver o cuidado de cobrar com empatia, os funcionários podem ficar com medo, o que bloqueia a criatividade e induz o estresse
  • Desorganização: bagunça, barulho, distrações frequentes e um ambiente físico pouco confortável são outras características que levam ao estresse ocupacional.

Como o estresse ocupacional prejudica você

Segundo Caroline Fioravante, existem diferentes fases do estresse, e as consequências vão ficando piores com o tempo, caso a pessoa não busque maneiras de diminuir as situações estressantes da sua rotina.

A coach diz que é preciso estar atento ao modo como reagimos a essas situações, e também à chamada fase da resistência.

“É quando alguns sintomas desaparecem para tentar manter o equilíbrio. Mesmo que não reaja imediatamente ao estresse, ele vai deixando um rastro, um desgaste emocional que o organismo sente”, explica a coach.

Com o tempo, a pessoa começa a se sentir cansada, e caso chegue na fase da exaustão, podem aparecer sintomas como problemas no sono, desordens alimentares, perda de libido, queda de cabelo e irritabilidade.

“E pode progredir para desordens físicas. Doenças do coração, depressão, crise de ansiedade e síndrome do pânico que se originaram pelo acúmulo de situações de estresse não tratadas”, complementa Caroline.

No caso do estresse ocupacional, ele pode evoluir para a Síndrome de Burnout, um esgotamento físico e mental relacionado diretamente à vida profissional. Esse tipo de quadro demanda uma atenção maior. Recomenda-se que o indivíduo procure os serviços de um psicólogo ou psiquiatra.

Impactos do estresse ocupacional nas empresas

Não são poucos os prejuízos sentidos pelas empresas que registram altos níveis de estresse ocupacional. A seguir, listamos alguns dos principais.

Cultura organizacional

Se o problema aparece com frequência, é sinal de que a empresa está criando uma cultura organizacional negativa, na qual os colaboradores se estressam com o próprio trabalho.

Imagem da marca

Segundo a coach Caroline Fioravante, a cultura é tudo na criação de uma marca a longo prazo. Se a organização é mal vista internamente, não vai tardar para que essa visão impacte o público externo também.

Produtividade

É claro que trabalhadores estressados rendem muito menos. Para Caroline, uma empresa precisa manter um ambiente saudável emocionalmente para os colaboradores. Afinal, é muito mais fácil entregar resultados quando se gosta de onde trabalha.

Rotatividade

O estresse é um dos principais fatores que motivam um trabalhador a trocar de empresa. Um alto índice de turnover é prejudicial porque faz a organização perder talentos e gastar mais (é muito mais caro selecionar, contratar e treinar um novo funcionário do que manter um atual).

Criatividade e inovação

Cada vez mais, as empresas precisam ser inovadoras e criativas para sobreviver à concorrência e à volatilidade de nosso tempo. Se os colaboradores têm medo de arriscar e não se sentem motivados, porém, fica muito difícil propor soluções novas para problemas antigos.

Como gestores podem enfrentar o estresse ocupacional

Em primeiro lugar, é preciso lembrar que, como falamos no início do texto, não há como evitar completamente o estresse. Em situações pontuais, o gestor precisa apenas ficar atento e, na maioria das vezes, uma boa conversa com o colaborador já resolve.

Mas quando a empresa se transforma em um local onde o nível de estresse ocupacional é fora da curva, ou seja, chama a atenção, é sinal de que algo está errado. “A questão do estresse ocupacional tem muito a ver com a liderança“, opina a coach Caroline Fioravante.

Segundo ela, essa é uma característica de empresas que construíram processos e líderes que não levam em consideração o colaborador.

A solução proposta por Caroline é colocar o colaborador no centro da empresa. “E isso não quer dizer ser bonzinho, aumentar o salário. Tem mais a ver com a humanização do ambiente de trabalho, ter mais paciência e empatia e desenvolver atitudes que olhem para o trabalhador como um ser humano, e não como uma máquina”, explica.

Empresas e ações que inspiram contra o estresse ocupacional

Pelos motivos que acabamos de explicar, o mais importante é desenvolver empatia nas lideranças e, assim, construir uma cultura organizacional que valorize o colaborador. Ações específicas para reduzir o estresse ocupacional vêm a partir daí.

Mas aprender com os acertos dos outros também é válido e, por isso, trazemos aqui alguns exemplos de ações bem-sucedidas.

Nike: sala de relaxamento

A sede da Nike no estado americano Oregon tem salas em que os colaboradores podem relaxar e praticar yoga. Para empresas com bastante espaço, ter um “refúgio” para recarregar as energias é uma ótima ideia.

Google: descomplicando a vida pessoal

A Google é conhecida por permitir que os colaboradores se divirtam no ambiente de trabalho. Mas sabendo que os problemas da vida pessoal também podem afetar o desempenho, a empresa ainda oferece o serviço de concierge.

Ou seja, alguém para lidar com tarefas pessoais, como reservar uma mesa em um restaurante ou marcar horário no salão de beleza.

Amazon: ambiente pet friendly

Só quem tem um bichinho de estimação sabe o quanto ele ajuda a combater o estresse do dia a dia. Na sede da Amazon, em Seattle, funcionários podem levar seu pet para o trabalho todos os dias.

Salesforce: incentivando o trabalho voluntário

Colaboradores da gigante dos softwares Salesforce podem dedicar 56 horas (sete dias) de trabalho no ano a serviços voluntários de sua escolha. Os 100 principais voluntários (eleitos) ainda são premiados com uma generosa quantia para doação às instituições para as quais se dedicam.

Conclusão

O estresse ocupacional é uma realidade no mundo corporativo – e o Brasil é um dos países que mais sofrem com esse problema. A melhor maneira de combatê-lo é pensando no bem-estar do colaborador.

Uma dica final aqui: quando o funcionário tem menos preocupação com seu futuro, seu nível de estresse cai verticalmente. Um benefício que pode ajudar nesse sentido é o plano de previdência corporativa oferecido pela Onze, a primeira Prev Tech do Brasil.

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