Inflação no Brasil: entenda suas causas e impactos

Por Redação Onze

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Velha conhecida do país, a inflação no Brasil passou por momentos de alta elevada, mas hoje se mantém em um patamar mais equilibrado.

Responsável direta pelo aumento dos preços, ela costuma ser demonizada. Mas será que ela é sempre vilã? Neste artigo, falamos mais sobre o conceito, as suas variações e como a inflação impacta a relação do brasileiro com o dinheiro. Acompanhe!

Inflação no Brasil: como é medida?

Inflação é o termo econômico utilizado para descrever o aumento geral dos preços de inúmeras categorias de bens e de serviços que fazem parte do dia a dia da população. Esse conjunto é chamado de cesta de produtos.

Ela é a responsável por fazer com que o seu poder de compra diminua ou aumente em determinados momentos.

No Brasil, a inflação é calculada mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para tal, são definidos alguns índices, que ponderam os bens e serviços mais importantes para a população e, com base nisso, medem o crescimento dos preços.

Principais índices de inflação no Brasil

Existem diferentes parâmetros adotados que mostram o sobe e desce dos preços em períodos distintos. Isso acontece porque a alta nos custos não atinge todas as categorias de bens e serviços de forma equivalente.

A seguir, conheça os principais índices utilizados no Brasil para calcular a inflação:

IPCA

O Índice de Preços Amplo ao Consumidor (IPCA) é considerado a representação oficial da inflação no país. Para que o IPCA seja medido, é realizada uma pesquisa mensal em estabelecimentos comerciais, domicílios, concessionárias de serviços públicos e prestadores de serviços em geral.

Esse levantamento analisa bens e serviços que fazem parte de nove categorias:

  1. Alimentação e bebidas
  2. Artigos de residência
  3. Comunicação
  4. Despesas pessoais
  5. Educação
  6. Moradia
  7. Saúde e cuidados pessoais
  8. Transporte
  9. Vestuário

Todas essas categorias são ainda subdivididas, o que leva o índice a considerar 465 subitens para calcular as variações de preços.

IGP-M

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) serve para analisar os preços do comércio no varejo, no atacado e também na construção civil. É utilizado como referência para corrigir tarifas de serviços públicos e contratos de aluguel.

IGP-DI

Semelhante ao IGP-M, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) mede as variações nos preços de produtos intermediários e bens e serviços finais, matérias-primas da indústria e da agricultura e custos do setor de construção. Ele serve como referência para correções na área de telefonia.

INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acompanha as alterações no custo médio de vida daquelas famílias que têm renda de 1 a 5 salários mínimos.

IPC-S

A cada 10 dias, o preço de 388 itens é verificado pelo Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S).

IPC-Fipe

É responsável por calcular os preços de itens consumidos por paulistanos com renda familiar de 0 a 10 salários mínimos.

A inflação no Brasil ao longo da história

A inflação já variou muito no Brasil, especialmente entre as décadas de 1980 e 1990, antes da criação do Plano Real. Para se ter uma ideia, ela ficou na casa dos dois dígitos de 1954 a 1994. O auge foi alcançado em março de 1990, com uma taxa de 83,95% em um único mês.

Hoje, a realidade é outra: de acordo com o IBGE, o IPCA de maio de 2020 ficou em −0,38%, enquanto o acumulado de 12 meses foi de 1,88%.

O que causa a inflação no Brasil?

O aumento na inflação nem sempre é um movimento natural. Como mostraremos a seguir, ele pode ser causado por diferentes fatores.

Oferta e procura

Um dos fatores mais conhecidos, representa a alta da inflação quando a procura é maior do que a oferta, o que pode levar o consumidor a pagar o preço necessário para adquirir um bem ou serviço.

Presença de cartéis

Nas situações em que a concorrência é pequena em um segmento da economia, é comum a formação de cartéis, um tipo de organização em que poucas empresas detêm o controle sobre os meios de produção e a distribuição dos bens e serviços.

Isso permite que elas determinem a oferta e os preços praticados no mercado.

Gastos públicos

Esse fator está ligado diretamente com ações do Governo Federal, que pode, por exemplo, gastar mais do que arrecada.

Quando isso acontece, pode ocorrer um aumento nos impostos cobrados das empresas, como forma de suprir os custos adicionais. Esses valores são repassados ao consumidor, o que eleva o preço final.

Custos de produção

É quando o valor de produção aumenta, seja por uma alta na matéria-prima, na mão de obra ou mesmo nos impostos, e essa elevação é repassada ao consumidor. Isto é, uma oscilação intensa nos gastos das empresas pode fazer com que a inflação cresça.

Indexação

Reflete o reajuste dos preços conforme o índice anterior de inflação, como acontece com os contratos de aluguel em relação ao IGP-M.

Assim, os preços mais altos já são utilizados no cálculo inflacionário para o próximo período. Isso faz com que o índice de hoje se transforme no patamar inicial de amanhã.

Como a inflação afeta os brasileiros?

Quando controlada, a inflação é um sinal de economia aquecida, que cresce de forma saudável. Por isso, ela é necessária para qualquer país.

O problema começa quando ela aumenta em níveis muito altos e em velocidade acelerada, já que o reajuste na renda da população tende a ser mais lento. Como resultado, o poder de compra do consumidor diminui ao longo do período.

Outro efeito da inflação é o impacto na rentabilidade dos investimentos. E é justamente por isso que você sempre ouve recomendações para aplicar em ativos com remuneração maior do que o índice inflacionário. Do contrário, pode ver o seu dinheiro desvalorizar.

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