Liderança situacional: o que é e como impacta a gestão de empresas

Por Redação Onze

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O que você sabe sobre liderança situacional? Será que ela faz parte do dia a dia da sua empresa?

Talvez o termo seja novo para você – e, por esse motivo, chegou até aqui. Porém, mais do que saber do que se trata esse tipo de liderança, lendo este artigo, você vai entender que ela é, hoje, mais importante que nunca.

O que é liderança situacional?

Segundo o conceito de liderança situacional, o melhor líder é aquele que adapta sua ação e comportamento de acordo com as diferentes situações que se apresentam. É bastante simples, mas representa uma quebra na ideia de que existe um perfil de líder melhor do que os outros.

Na verdade, existem estilos de liderança mais adequados a determinadas situações e menos adequados a outras, como defendem Paul Hersey e Kenneth H. Blanchard, criadores dessa teoria.

No livro Psicologia para administradores: a teoria e as técnicas da liderança situacional, eles escreveram que “vários estilos de comportamento de líder podem ser eficazes ou ineficazes, dependendo dos elementos importantes da situação”.

Seguindo essa maneira de pensar, a principal habilidade que o líder precisa criar é a capacidade de identificar quais são essas situações.

Por que o nome “liderança situacional”?

Este tipo de liderança é chamado de situacional porque é condicionada a uma situação.

Uma empresa é uma organização complexa, composta por muitas pessoas, recursos e processos. Qualquer que seja a área do gestor, ele necessariamente precisa se acostumar a lidar com diferentes situações.

Por exemplo: um projeto pode ter grande importância ou ser apenas um experimento. Um colaborador pode ser altamente especializado ou iniciante, maduro ou imaturo. Por serem situações distintas, elas não devem ser encaradas pelo líder da mesma maneira.

Por que a liderança situacional é importante?

A ideia por trás da liderança situacional é que o modelo ideal não existe, mas talvez o resultado indique que as empresas têm falhado ao reconhecer o que o cenário de hoje tem exigido.

Estamos no meio da quarta revolução industrial, em que tecnologias como a inteligência artificial e o machine learning reforçam a importância de nossas características humanas insubstituíveis.

A tecnologia, assim como a globalização e as crises econômicas, também torna o mercado mais volátil, o que aumenta a exigência por líderes que se adaptem a distintos cenários com facilidade.

Tudo isso gerou um sentimento generalizado entre profissionais de diversos níveis hierárquicos de que o contexto atual do mercado de trabalho demanda um novo tipo de liderança.

Na 17ª edição da pesquisa Carreira dos Sonhos, apresentada em 2018 pelo Grupo Cia de Talentos, a imensa maioria dos mais de 130 mil respondentes de nove países da América Latina defendeu um modelo de liderança mais distribuído, inclusivo e colaborativo.

“Sem dúvida, a liderança situacional é mais importante do que nunca hoje. E arrisco a prever que será ainda mais importante no futuro”, indica Lucas Retondo, coach e mentor especialista em gestão e liderança, com MBA em Gestão de Negócios Internacionais.

Segundo ele, o líder com inteligência emocional capaz de adaptar os seus comportamentos conforme a situação, será cada vez mais necessário e valorizado.

Principais características da liderança situacional

Uma das características da liderança situacional é que ela tem tudo a ver com um modelo que já é natural entre nós.

“Todos nós adaptamos o nosso comportamento conforme a situação, logo todos nós exercemos a liderança situacional em maior ou menor grau”, explica Lucas Retondo. Ele dá um exemplo: “Quando passamos por um momento de crise, o nosso comportamento é diferente de quando estamos em um almoço descontraído”.

A questão é que, segundo Retondo, poucos têm consciência e controle sobre seus comportamentos e reações. “Ou seja, poucos são líderes situacionais conscientes”, complementa.

Em seu blog, o coach explicou quais são os quatro estilos básicos associados ao modelo de liderança situacional criado por Hersey e Blanchard. São os seguintes:

  • Direcionador: um estilo em que o líder diz aos liderados o que eles devem fazer
  • Orientador: mais democrático que o anterior, nesse estilo há mais espaço para a troca de informações
  • Apoiador: o líder envolve o liderado na tomada de decisão e permanece presente para prestar o apoio necessário
  • Delegador: nesse estilo de liderança, o gestor se envolve pouco na tomada de decisão, dando ainda mais liberdade ao subordinado.

O modelo de liderança situacional também fala de níveis de prontidão dos colaboradores liderados, que têm relação com a “maturidade e disposição das pessoas para executar as atividades”, segundo Retondo. São eles:

  • Nível 1: normalmente estão motivados, mas não têm as competências para executar a atividade, por isso têm pouca autoconfiança
  • Nível 2: têm condições de executar a tarefa, mas não todo o conhecimento e habilidades necessárias. Seu nível de motivação é baixo
  • Nível 3: têm as competências necessárias, mas não disposição de assumir as responsabilidades
  • Nível 4: são competentes, estão motivados e dispostos a assumir as responsabilidades.

A ideia é que sejam utilizados diferentes modelos de liderança com base no nível de prontidão do trabalhador.

Pontos de atenção sobre o uso da liderança situacional

Como explicamos antes, os autores Hersey e Blanchard propuseram um modelo com quatro perfis de liderança e quatro níveis de prontidão dos colaboradores. É preciso ter muita atenção ao utilizar esses conceitos, pois, na prática, essa visão pode ser reducionista.

Pessoas, assim como organizações, são complexas. Rotulá-las como o modelo sugere pode ser uma armadilha. Sem contar que nem sempre é fácil identificar a situação e o nível de maturidade do trabalhador, para então chegar ao perfil de liderança ideal.

Além disso, tratar de maneira distinta os colaboradores pode gerar um desagrado coletivo, a sensação de que estão sendo cometidas injustiças.

Por essas e outras, Retondo sugere que o conceito seja expandido. Em vez de pensar na proposta exata de Hersey e Blanchard, podemos considerar simplesmente que o líder situacional é o que adapta seu estilo conforme a situação e contexto, sem falar em modelos predefinidos.

“Nesse caso, não vejo nenhuma grande desvantagem, pois, dessa forma, podemos entender que o líder situacional é capaz de usar o estilo de liderança certo para cada situação”, argumenta o coach.

5 situações que testam a liderança em uma empresa

A seguir, vamos apresentar alguns exemplos de situações comuns em empresas e que tipo de comportamento o líder deve ter em reação a elas.

Projeto vital

Caso o gestor seja encarregado de um projeto de máxima importância dentro da organização, ele precisa assumir o protagonismo e reunir uma equipe competente e confiável.

Não é um momento para muita experimentação e abertura. Claro que isso também depende da natureza do projeto, mas o líder, com toda sua experiência, deve participar ativamente do planejamento e tomadas de decisão.

Necessidade de inovar

Se a organização identifica a necessidade de ser mais criativa e inovadora para se diferenciar da concorrência, eis uma situação em que uma maior abertura é necessária.

O líder deve lançar mão de metodologias modernas, como o design thinking, promover espaços de diálogo, dar autonomia aos colaboradores, criar equipes multidisciplinares e um ambiente com liberdade para testar soluções sem medo de errar.

Crise financeira

É uma situação delicada, pela qual nenhuma empresa quer passar. Quando acontece, o líder deve agir para evitar que os colaboradores fiquem apreensivos e com medo, o que pode prejudicar seu desempenho.

Na medida do possível, deve ser transparente quanto à atual situação, o que é muito melhor do que deixar as conversas de corredor rolarem soltas e cheias de especulação.

Equipe jovem e motivada

Trabalhadores jovens, geralmente, estão com a motivação em alta, mas ainda carecem de experiência e não desenvolveram plenamente suas habilidades técnicas e emocionais. Nesse caso, o líder, além de ser um direcionador, como propõe o modelo de Hersey e Blanchard, precisa atuar como mentor, impulsionando o crescimento dos profissionais.

Subordinado experiente, porém frustrado

A figura do funcionário competente e experiente, com vários anos de casa mas desmotivado, é bastante comum. O líder pode resgatar seu interesse dando a ele mais autonomia e responsabilidade, delegando tarefas e projetos que representem novidades em sua rotina.

Qual a liderança ideal para seus colaboradores?

Na jornada de um profissional, antes de se tornar um líder, ele é um liderado. Para saber qual o tipo de liderança ideal para cada situação, ele precisa olhar para trás e lembrar de quando estava na posição de subordinado.

Mais do que isso, é preciso entender que as pessoas são diferentes e tentar se colocar no lugar dos outros. Só assim ele saberá como reagir aos diferentes contextos que se apresentam.

Além disso, claro que a liderança situacional demanda uma boa visão do que acontece na empresa como um todo, no mercado em que ela está inserida, no público consumidor e no mundo.

Para praticar a liderança situacional, o gestor precisa se desenvolver como ser humano crítico e analítico.

Gestores capazes de praticar a liderança situacional aumentam a motivação dos colaboradores de uma empresa.

Eles aprendem a reagir da forma mais eficiente aos cenários que se apresentam, e reconhecem como ninguém as necessidades dos funcionários. Uma delas é a segurança no futuro, uma preocupação que pode ser facilmente sanada com um plano de previdência corporativa.

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