Previdência privada é aliada para uma aposentadoria tranquila

Por Redação Onze

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A previdência privada pode ser uma importante aliada para os brasileiros terem tranquilidade na aposentadoria, quando as despesas tendem a aumentar e o rendimento mensal a diminuir.

“Apenas os recursos da previdência pública não serão suficientes para a pessoa manter o padrão de vida na velhice, por isso, é fundamental ter um complemento de renda para não ter que depender de filhos ou passar necessidades quando se aposentar”, aconselha o consultor financeiro Reinaldo Domingos.

O especialista explica que a escolha do plano de previdência depende de alguns fatores, como o perfil do investidor e como é feita a sua declaração do Imposto de Renda.

“Se você for um investidor mais arrojado, pode optar por um plano que coloque parte dos recursos em renda variável, lembrando que neste caso há mais riscos. O importante é escolher um gestor de confiança para aplicar seus recursos da melhor maneira”, ensina o consultor.

O aplicador tem que escolher ainda entre o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) – mais indicado para quem preenche a declaração completa do Imposto de Renda – e o VGBL (Pano Vida Gerador de Benefício Livre), mais adequado para quem faz a declaração do Imposto de Renda no modelo simples.

O ideal, diz Reinaldo Domingos, é começar a guardar recursos o mais cedo possível. “Se você tem filhos, já faça um plano de previdência privada para ele. Quanto mais cedo a pessoa começar a investir, menor será o esforço financeiro que ela terá que fazer para garantir um complemento da aposentadoria”, afirma o consultor.

No entanto, o especialista comenta que nunca é tarde para começar. “O importante é ter consciência de que é necessário guardar recursos para complementar a previdência oficial, especialmente com a reforma, que traz novas regras para a aposentadoria”, diz Reinaldo Domingos.

O valor que tem que ser guardado mensalmente vai depender de quanto você vai precisar para ter uma vida saudável. “Se você começar a guardar no início da carreira, pode destinar 10% do salário para a previdência privada. Se você já tem mais idade, vai ter que despender um valor maior, superior a R$ 1.000 por mês”, calcula o especialista.

“O poupador tem que considerar ainda a perda de valor de compra dos recursos ao longo dos anos. Então, se você precisa ter uma renda mensal de R$ 3.000, é necessária uma reserva de R$ 6.000 por mês para que não falte recursos para a sua aposentadoria”, alerta o consultor.

O 13º salário pode ser um bom gatilho para iniciar o seu pé de meia para a aposentadoria. É claro que o primeiro passo é usar os recursos extras para pagar dívidas, como as provenientes de cheque especial, de consumo no comércio ou de cartões de crédito.

“É interessante priorizar a negociação desses compromissos, procurando obter abatimentos para sua liquidação. Nenhuma aplicação financeira teria a condição de ter remuneração maior do que tais dívidas”, recomenda o mestre em administração financeira e professor da Faculdade Anhanguera de Jundiaí, Nelson Bueno de Oliveira.

“Se houver uma sobra do valor recebido do 13º, deve-se fazer a aplicação do montante. Quando o assunto é aplicar para o futuro pensando, por exemplo, na aposentadoria privada, há fundos de previdência, classificados em PGBL ou VGBL. Para o curto prazo, deve-se usar a tabela progressiva. Essas definições são feitas no momento da contratação do plano”, explica o professor.

As pessoas que trabalham em empresas que oferecem o plano de previdência corporativa têm ainda mais vantagem em aderir ao modelo, já que a empresa vai complementar o valor mensal destinado à previdência, reduzindo o seu esforço para guardar recursos.

Por outro lado, com esse benefício, as empresas têm um atrativo a mais para os trabalhadores e podem deduzir o valor do Imposto de Renda, desde que utilizem a modalidade do lucro real.

MAIOR PROCURA

Dados da FenaPrevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida) mostram que os brasileiros ampliaram os seus investimentos em previdência privada. No terceiro trimestre deste ano, os aportes totalizaram cerca de R$ 34,2 bilhões e o valores são aproximadamente 35% superiores em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com os dados do balanço da entidade.

De acordo com as informações da federação, os investimentos foram feitos por 13,3 milhões de pessoas, ou seja, 6,33% da população brasileira. A maior parte das aplicações (91,9%) foi em planos VGBL, indicados para quem declara o Imposto de Renda (IR) pelo formulário simplificado. Os planos PGBL, para quem declara o IR pelo formulário completo, responderam por 7,4% dos novos aportes no terceiro trimestre.

Ainda de acordo com a federação, a captação líquida (diferença entre novos depósitos e resgates) fechou o período com saldo positivo de R$ 16,6 bilhões, valor 104,7% superior ao verificado no terceiro trimestre do ano anterior.

Com o resultado, as reservas dos planos de previdência alcançaram a marca de R$ 916,9 bilhões, montante 13,7% superior ao registrado até setembro do ano passado.

“As contribuições cresceram e apresentaram uma recuperação consistente em relação ao terceiro trimestre de 2018. Já o aumento da base de pessoas investindo avança mais lentamente e depende da melhora dos indicadores de emprego e renda”, diz Jorge Nasser, presidente da FenaPrevi, em nota.

No acumulado de janeiro a setembro deste ano, os investimentos também foram maiores. Foram aplicados algo em torno de R$ 90 bilhões, consolidando um crescimento de 17,2% frente ao mesmo período do ano anterior.

A captação líquida fechou os primeiros nove meses deste ano com saldo positivo na casa de R$ 37 bilhões, volume que ficou 47,6% maior que o verificado em igual intervalo do ano anterior, conforme dados da entidade do setor.

ESCOLHA O SEU MODELO

Há dois formatos que você pode aderir a um plano de previdência complementar, que pode ser aberto (vendido pelas seguradoras diretamente ao investidor e, portanto, estão abertos a qualquer pessoa) ou fechado (vendido pela seguradora às empresas e entidades que oferecem esses planos aos seus colaboradores ou membros).

Além do Imposto de Renda, o investidor deve ficar atento também às outras taxas que podem ser cobradas. São elas: taxa de administração, que é cobrada pelo serviço de administração do plano; taxa de carregamento, cobrada sobre cada depósito realizado; taxa de entrada, que é exigida para adesão ao plano; e taxa de saída, cobrada pelo saque antecipado. Então, antes de fechar o seu plano, verifique quais são as taxas cobradas pela instituição financeira.

Outra informação importante é sobre a portabilidade. A escolha de um plano de previdência privada não tem que ser uma definição para a vida toda. Quem não está satisfeito com o seu produto pode pedir a portabilidade para outro produto ou até mesmo para outra instituição.

Vale destacar, no entanto, que não é possível mudar o tipo de plano. Ou seja, a portabilidade só pode ocorrer de VGBL com VGBL e PGBL com PGBL.

Também é necessário observar os prazos para se manter em cada plano. É permitido fazer a quantidade de portabilidade que o cliente quiser. O período de carência é uma das restrições, sendo que cada fundo tem o seu próprio prazo.

Especialistas alertam que, antes de fazer a portabilidade, o investidor verifique a taxa de administração, o histórico do fundo, a equipe de gestão, se é um fundo mais rentável que o atual e se cobra taxa de carregamento na entrada ou saída.

Além disso, é fundamental saber as caraterísticas do produto que o investidor tem e as do que ele pretende migrar, os riscos e se eles são comparáveis é o primeiro passo.

Se o trabalhador tem um plano antigo, por exemplo, dependendo do rendimento, é melhor ficar com esse produto e fazer um novo para as aplicações futuras. Assim, ele consegue manter o bom retorno do plano que ele tem e pode usufruir de taxas melhores para os novos aportes.

O processo de portabilidade está bem mais simplificado e o participante que considera que o gestor está tendo desempenho ruim já não precisa ficar em um plano que não atende mais às suas necessidades.