Tesouro Direto, CDB, Poupança ou VGBL/PGBL – Qual é melhor para você?

Por Redação Onze

Tesouro Direto, CDB, Poupança ou VGBL/PGBL

Escolher o local onde você vai colocar o seu dinheiro é muito importante, não é verdade? Vamos falar sobre as principais diferenças entre os principais tipos de investimentos e qual a rentabilidade que eles podem lhe oferecer.

Quer conhecer as principais características de investimentos como Tesouro Direto, CDB, Poupança e VGBL/PGBL? Está em dúvida entre qual investimento lhe trará a melhor rentabilidade? Vamos entender separadamente cada uma dessas aplicações.

Tesouro Direto

O Tesouro Direto nada mais é do que um programa criado pelo Tesouro Nacional em parceria com a BM&F Bovespa. Esse programa permite ao investidor – pessoa física – adquirir títulos da dívida pública federal. Ao comprar títulos públicos, o indivíduo empresta dinheiro ao governo para que ele financie seus investimentos. Com isso, em troca, o investidor recebe o direito de receber no futuro uma remuneração – juros – por este empréstimo.

Essa captação de recursos pelo governo é feita por meio da emissão e venda de títulos públicos, que são aplicações com renda fixa.

Rentabilidade

Os títulos públicos disponíveis remuneram o investidor de forma diferente e por isso são indicados para diferentes perfis de investidores. São três categorias de rentabilidade: pós-fixados, prefixados e o misto.

Pré-fixados

Este é considerado o mais conservador dos títulos, visto que além da taxa de rendimento fixa, é emitido pela instituição mais segura do país – o Tesouro Nacional. Então, mesmo sem a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), esse é um investimento com risco de crédito praticamente nulo, porque a chance dessa instituição quebrar é remota.

Mistos

A principal vantagem desses títulos é que além de serem corrigidos pela inflação – parte pós-fixada, remuneram um adicional contratado no dia da compra – parte prefixada. Assim, o seu ganho real é garantido, pois o rendimento do seu título sempre irá superar a inflação. Comumente são títulos com prazo de vencimento mais longos, ficando sujeitos à fortes oscilações.

Pós-Fixados

Os títulos pós-fixados são mais conservadores, visto que sofrem pouca oscilação de preço. O mais comum exemplo desse tipo é o Tesouro Selic, com rentabilidade diretamente ligada à Taxa Selic. Ele é conhecido por liquidez diária (em apenas um dia útil, você pode resgatar o dinheiro) e baixa volatilidade. Este tipo de título é indicado em caso de expectativa de que a taxa de juros suba ou permaneça em um alto patamar.

Liquidez

O Tesouro Direto oferece boa rentabilidade e liquidez diária. Assim, diversificar as aplicações e formar o chamado colchão de liquidez (reservas imediatas) são objetivos que devem estar no horizonte do investidor em Tesouro Direto com intuito de ter mais tranquilidade.

Segurança (Risco de Crédito)

No caso do Tesouro Direto, esse risco é extremamente baixo. Isto porque, mesmo com todas as dificuldades do nosso governo, seria remotíssima a possibilidade de o país quebrar. E caso isto viesse a ocorrer, muitas outras empresas e setores seriam afetados, o que desencadearia uma série de outros problemas na economia.

Custos

Conhecer os custos e as taxas de cada aplicação é importante na hora de decidir onde. Vamos conhecer os custos e taxas envolvidos ao investir em Tesouro Direto:

– Taxa de administração: É uma taxa não obrigatória. Quem define o valor é a instituição financeira escolhida para aplicar, e remunera a instituição pelos serviços de transferência de valores, recolhimento do Imposto de Renda e abertura do cadastro do investidor no Tesouro Direto. Em alguns casos, ela pode ser descontada anualmente ou por operação.

– Taxa de custódia: Essa é uma taxa obrigatória para todo investidor. A taxa de custódia tem o objetivo de remunerar a Bolsa de Valores pelos serviços de guarda dos títulos, manutenção do sistema do Tesouro Direto e envio dos extratos mensais aos investidores.

– Imposto de renda: O Imposto de renda no Tesouro Direto é cobrado de forma regressiva. É simples: quanto mais tempo você investir, menos terá que pagar. A alíquota mínima é de 15% (acima de 720 dias), e a máxima é de 22,5% (até 180 dias). Ela incide apenas sobre o rendimento.

CDB

O CBD – Certificado de Depósito Bancário, é um título de renda fixa do tipo crédito privado, fornecido por bancos. Na prática, é como se você emprestasse o seu dinheiro para o banco, e este lhe pagasse com juros ao final do período estipulado. É garantido pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos).

Rentabilidade

A rentabilidade do CDB é variável de acordo com o banco. Quanto mais longo é o vencimento de um CDB, maior tende a ser sua rentabilidade. No caso dos grandes bancos, o mais comum é ver esses títulos rendendo em torno de 80% do CDI (certificado de depósito interbancário). Existem 3 tipos de CDBs:

CDBs pós-fixados

Neste tipo de CDB, considerado o mais comum, a rentabilidade do investimento é baseada em alguma taxa de referência, sendo a principal delas o CDI, que está sempre muito próxima da Selic (taxa básica de juros).

CDBs indexados à inflação

Neste tipo de CDB, a remuneração varia de acordo com um índice de inflação (principalmente o IPCA, índice de preços no consumidor) e uma taxa de juros pré-fixada.

CDBs pré-fixados

Já neste tipo de CDB, o investidor negocia com o banco uma taxa de juros pré-definida e durante a vigência daquele título, receberá o que foi acordado.

Liquidez

Um CDB pode ter liquidez diária, independente do prazo de vencimento. O CDB de liquidez diária é bastante útil para quem busca segurança e facilidade na hora do resgate. Já a liquidez em relação ao CDB de vencimento é para quem procura uma rentabilidade maior, mas à longo prazo. Ou seja: o título só trará o retorno esperado se o dinheiro ficar aplicado até o final do período.

Segurança (Risco de Crédito)

O CDB é considerado um investimento seguro, visto que tem a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que te devolve o dinheiro em caso de o banco quebrar.

Custos

Uma das grandes vantagens do CDB é que diferentemente de fundos DI ou Tesouro Direto, não é cobrada nenhuma taxa para essa aplicação. Contudo, o investidor terá que pagar IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para aplicações de menos de 30 dias. Outro tributo obrigatório é o Imposto de Renda. A alíquota varia de acordo com o prazo da aplicação – os mesmos valores do Tesouro Direto: 15% para mais de 720 dias e 22,5% para até 180 dias.

Poupança

A caderneta de poupança é o investimento mais lembrado e usado pelos brasileiros. Entre os brasileiros, cerca de 61% colocam seu dinheiro na Poupança. A simplicidade para abrir uma conta poupança e efetuar saques e depósitos, a segurança, a possibilidade de fazer o resgate a qualquer momento e a não cobrança de impostos e taxas são alguns dos fatores que beneficiam a Poupança a continuar sendo a aplicação mais utilizada pelos brasileiros.

Rentabilidade

A rentabilidade da Poupança está ligada à dois indicadores da economia, a Taxa Selic e a Taxa Referencial (TR). Os valores são depositados conforme as seguintes regras:

  • 0,5% ao mês, quando a Taxa Selic for superior a 8,5% no ano, mais a Taxa Referencial (TR)
  • 70% da Taxa Selic, quando a Selic for igual ou inferior a 8,5%, mais a Taxa Referencial (TR)

Liquidez

A Poupança é um grande exemplo de investimento com alta liquidez. O dinheiro investido pode ser resgatado a qualquer momento, mas é preciso ficar atento à data de aniversário, que acontece mês a mês, para poder gerar algum rendimento. Porém, nos últimos anos a Poupança vem apresentando ganhos abaixo da inflação, o que é preocupante. Para os depósitos feitos antes de 3 de maio de 2012, o rendimento continua sendo o antigo, de 0,5% ao mês (ou 6,17% ao ano), mais a variação da TR.

Segurança (Risco de Crédito)

A Poupança é um investimento com o remotíssimo risco. O principal problema seria na falência do banco no qual o dinheiro está aplicado. Neste caso, assim como nos dois outros investimentos citados anteriormente, o FGC (Fundo Garantidor de Crédito) garante ao investidor o valor de até R$ 250 mil. Porém, com um cenário econômico instável, como o que já tivemos nos últimos anos, o investidor poderá perder dinheiro em razão da alta da inflação, gerando rentabilidade real da poupança negativa.

Custos

A Poupança é isenta de taxas de administração, de IR e de IOF, uma das grandes vantagens desse tipo de investimento. O dinheiro pode ser retirado da Poupança a qualquer momento sem custos, desde que não ultrapasse o limite de dois saques mensais. O processo de abertura de Poupança é bem menos burocrático do que outros tipos de investimentos.

VGBL/PGBL

Ambos são planos de previdência privada, ou seja, é uma forma planejada de guardar dinheiro a médio ou longo prazo para realizar algum projeto no futuro. A principal diferença entre VGBL e PGBL é o tratamento tributário, ou seja, a incidência ou não de impostos.

PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre

Indicado para quem declara o Imposto de Renda pelo formulário completo. Nele, você pode deduzir seus aportes até o limite de 12% da sua renda anual. Dessa maneira, uma pessoa com renda bruta anual de R$ 200 mil poderá obter um desconto de até R$ 24 mil por ano. Mas atenção: só é possível usufruir de tal benefício quem contribuir regularmente para o INSS.

VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre

Nele, o IR incide apenas sobre a rentabilidade e é mais indicado para quem faz a declaração anual pelo formulário simples, ou seja, quem possui menos deduções a fazer do IR. Para saber o seu formulário de declaração do IR, deve-se calcular suas despesas dedutíveis.

Rentabilidade

Seus fundos de previdência privada oferecem algumas das maiores rentabilidades do mercado brasileiro. Eles funcionam como uma mistura de fundo de investimento e instrumento de Poupança, no qual você decide com quanto irá contribuir e quando e como irá sacar os valores.

A rentabilidade dos planos de previdência pode variar. A dica para fazer essa escolha é descobrir que tipo de investidor você é, para entender qual sua real tolerância aos riscos — se é agressivo ou conservador. Então, para fazer uma boa escolha, avalie a rentabilidade oferecida e veja as diferentes opções de tributação, porque é justamente o conjunto desses fatores que vai fazer a diferença.

Liquidez

Na previdência privada, você pode sacar o dinheiro a qualquer momento, assumindo possíveis perdas, e tudo o que você aplicar é seu, somando aos juros. Nesse caso, é possível sacar o dinheiro de uma vez só, ou receber o valor em parcelas mensais

Segurança (Risco de Crédito)

Os dois planos de previdência privada (PGBL e VGBL) são protegidos, integralmente, pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), responsável por resolver todos os conflitos financeiros que possam significar algum risco para o investidor final. Isso quer dizer que se a seguradora ou banco quebrarem, outra instituição previdenciária precisa comprar a carteira, ou seja, garantia de uma maior estabilidade, sobretudo, às aplicações de longo prazo. Assim, o nome do banco possui pouquíssima influência quando falamos de proteção e garantias dos seus investimentos.

Custos

Planos abertos de previdência são oferecidos por instituições com fins lucrativos e, portanto, têm custos para o participante. São cobrados dois regimes de tributação que podem ser escolhidos ao fazer um plano de previdência: tabela progressiva e tabela regressiva.

Tabela progressiva

As alíquotas de Imposto de Renda variam de zero a 27,5%, dependendo do valor recebido no resgate do dinheiro investido. Na menor alíquota (7,5%), estão pessoas que recebem de R$ 1.903,99 a R$ 2.826,65. Já a alíquota mais alta (27,5%) incide sobre renda mensal acima de R$ 4.664,68. Ao fazer o resgate, há recolhimento de 15% de IR na fonte e o imposto pode ser compensado na declaração.

Tabela regressiva

As alíquotas caem ao longo do tempo – começam em 35% para as contribuições feitas em até 2 anos e caem 5 pontos percentuais a cada dois anos. Por exemplo, aportes realizados no prazo de 2 a 4 anos são tributados em 30%. A alíquota chega a 10% para quantias investidas por mais de dez anos.

Como vimos, não existe fórmula mágica para tornar o seu investimento mais rentável. É necessário primeiramente estabelecer o seu perfil, e como deseja trabalhar seus investimentos.

De qualquer forma, é preciso entender que não existe lucro sem risco. Todos os investimentos que vimos acima possuem particularidades, vantagens e desvantagens. Alguns cobram taxas que outras não cobram, como por exemplo o Tesouro Direto em relação à Poupança. Contudo, o primeiro possui rentabilidade superior ao segundo. É preciso adequar a sua realidade como investidor ao que o mercado oferece dentro de suas reais possiblidades, sempre tentando obter a melhor rentabilidade com as menores taxas.

O investidor deve sempre ter um estoque de segurança, se atentar para as variáveis de mercado, se manter atualizado sobre o mercado, e saber muito bem o que quer para cada prazo daqui para a frente, se preparando ao máximo para poder lidar com eventuais imprevistos e estando atento também para as oportunidades que virem a surgir.