Vale a pena investir no Tesouro Direto? Conheça e avalie os títulos públicos

Por Redação Onze

aplicação em tesouro direto

Ele já foi o queridinho dos investidores, mesmo aqueles mais arrojados. Mas será que ainda vale a pena investir no Tesouro Direto?

Com os sucessivos cortes na taxa Selic, o Tesouro Direto perdeu sua atratividade para boa parte dos investidores. Se, antes, era uma maneira segura de fazer o dinheiro render a bons índices, hoje, é comum ver gente perguntando se vale a pena investir no Tesouro Direto.

Contudo, é preciso considerar que existem diferentes tipos de rentabilidade no programa do Tesouro Nacional, criado para permitir a venda online de títulos públicos federais para pessoas físicas. Entenda melhor a seguir.

Títulos do Tesouro Direto para investir

Antes de mais nada é preciso entender quais são os títulos disponíveis no programa Tesouro Direto e como cada um deles rentabiliza o investidor.

Tesouro Prefixado

Ao contrário das outras duas modalidades, cuja rentabilidade varia de acordo com a Selic e inflação, nos títulos prefixados os juros são fixos. Isso quer dizer que na hora de investir você já sabe exatamente quanto vai receber na data final da aplicação (o vencimento do título).

É ideal para metas de médio e longo prazo. Dentro dessa categoria, há títulos que vencem em 2023, 2026 ou 2031. Quanto mais distante o vencimento, maior a rentabilidade.

Tesouro Selic

Nos títulos do Tesouro Selic, a rentabilidade varia de acordo com a taxa Selic. Se ela subir, o investidor ganha mais dinheiro. A rentabilidade é diária, portanto, sua grande vantagem é a alta liquidez, ou seja, o investidor não tem prejuízo se resgatar o dinheiro antes da data de vencimento.

Por conta dessas características, investir no Tesouro Selic vale mais a pena para quem mira o curto prazo ou para formar uma reserva de emergência. A grande desvantagem é que a rentabilidade anual é, atualmente, a mais baixa entre os títulos do Tesouro Direto, tornando-o uma má escolha para médio e longo prazo.

Tesouro IPCA

Por fim, temos os títulos do Tesouro IPCA, nos quais a rentabilidade é formada por duas partes: uma taxa fixa, que não muda e o investidor conhece antes de investir, e o IPCA, índice de inflação que varia.

Existem seis opções de títulos, com diferentes prazos de vencimento. Quanto mais distante é o prazo, mais dinheiro o título rende, pois é maior a taxa prefixada.

Essa categoria de título só vale a pena no longo prazo. Mas, em caso de resgate antecipado, o Tesouro Nacional garante a recompra pelo valor de mercado. A grande vantagem de investir no Tesouro IPCA mirando o longo prazo é a proteção contra a inflação: você sempre terá ganho real, não importa qual será a variação do índice.

Vale a pena investir no Tesouro Direto?

Apesar de existirem investimentos mais rentáveis no mercado, especialmente em épocas de baixa Selic e baixa inflação, os título do Tesouro Direto têm características que podem ser interessantes, dependendo do seu perfil de investidor e objetivo.

Os prefixados garantem uma previsibilidade que funciona no médio prazo, os vinculados ao IPCA protegem da inflação no longo prazo, e o Tesouro Selic é uma opção para o curto prazo, pois tem grande liquidez, por exemplo. Veja dois exemplos abaixo.

1) Tesouro IPCA

Em setembro de 2016, o IPCA (índice de inflação do país) iniciou uma queda acentuada, e hoje o acumulado dos últimos 12 meses, de acordo com os resultados de maio de 2020, está em 1,88%.

Mesmo somando a este índice o percentual prefixado do título, a rentabilidade anual é baixa se compararmos com outros investimentos ou com o mesmo título, mas em épocas de IPCA superior a 8%. Portanto, o Tesouro IPCA vale mais a pena em épocas de alta inflação.

Mas é preciso ter em mente também que o Tesouro IPCA é um investimento seguro para o longo prazo, pois sempre garantirá um ganho real, ou seja, acima da inflação. Com ele, você nunca vai perder dinheiro.

2) Tesouro Selic

A Selic (taxa básica da economia brasileira) já esteve em 14,25% durante mais de um ano, entre 2015 e 2016 – o que garantia a quem investisse no Tesouro Selic uma rentabilidade anual fantástica. Hoje em dia, contudo, a taxa está em apenas 2,25%, o menor patamar da história.

Isso significa que em tempos de taxa Selic muito baixa, o Tesouro Selic pode não ser a melhor opção se comparado a um ativo de renda fixa, por exemplo, que renda acima do CDI – taxa referencial que está sempre próxima à Selic.

Contudo, vale lembrar que ele é uma boa opção para o curto prazo por ter alta liquidez (a possibilidade de sacar a qualquer momento). Além disso, por ser um dinheiro fácil de resgatar, pode compor sua reserva de emergência, por exemplo.

Vantagens do Tesouro Direto

Pode valer a pena investir no Tesouro Direto se as vantagens que ele oferece casam bem com seu perfil e objetivos. Então, vamos conhecer as principais:

  • Segurança: 100% garantidos pelo Tesouro Nacional, são considerados os investimentos mais seguros do Brasil
  • Acessibilidade: é possível comprar os títulos pela internet, mesmo tendo uma quantia bem baixa (com pouco mais de R$ 30 já é possível investir)
  • Flexibilidade: com várias opções de títulos, você pode encontrar aquele que tem mais a ver com seus objetivos
  • Boa porta de entrada: para quem ainda deixa o dinheiro perder valor na conta corrente, é uma ótima opção para começar a investir sem ter medo.

Pontos de atenção no Tesouro Direto

A grande desvantagem do Tesouro Direto em relação a outros investimentos é a rentabilidade baixa.

É claro que investir um título que garante um ganho real, ou seja, acima da inflação, é melhor do que deixar o dinheiro em uma conta corrente que não rende nada ou embaixo do colchão. Isso não significa, contudo, que sempre vale a pena investir no Tesouro Direto.

Existe um conceito muito importante, chamado custo de oportunidade, que deve ser levado em consideração. No contexto que estamos abordando aqui, custo de oportunidade seria a diferença entre o rendimento do Tesouro Direto e de outro investimento.

Havendo opções mais vantajosas, você pode não estar perdendo dinheiro com o Tesouro Direto, mas talvez esteja deixando passar oportunidades melhores.

O que vale mais a pena? Tesouro Direto ou poupança?

A caderneta de poupança é, tradicionalmente, o investimento preferido dos brasileiros. Com grande liquidez, é oferecida por todos os bancos e fácil de compreender. Isso tudo não a torna, porém, um investimento vantajoso.

A regra da rentabilidade da poupança está definida em lei. O investidor é remunerado com a Taxa Referencial (TR) mais:

  • 0,5% ao mês, caso a taxa Selic esteja acima de 8,5%, ou
  • 70% da taxa Selic, caso ela esteja em 8,5% ou menos.

Como a Selic está em 2,25% (julho de 2020), vale a segunda regra. Como a TR está zerada desde 2017, isso quer dizer que a poupança rende apenas 70% de 2,25. Ou seja, 1,575% ao ano. Se compararmos somente com a caderneta de poupança, portanto, é seguro dizer que vale a pena investir no Tesouro Direto.

Como investir no Tesouro Direto

Depois de ler todas as informações deste artigo, decidir se vale a pena investir no Tesouro Direto ou não é com você. Nossa dica final é avaliar outras opções de investimento e, caso decidir aplicar o dinheiro comprando os títulos da dívida pública, seguir os passos abaixo.

1. Simule o investimento

No site oficial do Tesouro Direto, é possível simular o investimento. Isto é, você insere qual o valor investido, os aportes mensais, a categoria de título e o simulador indica qual será o rendimento até o vencimento.

2. Escolha o título

Opte pela categoria que mais vale a pena de acordo com as simulações feitas e seus objetivos financeiros.

3. Cadastre-se e transfira o dinheiro

Você deve se cadastrar no Tesouro Direto por meio de um dos bancos e corretoras habilitados. Não é possível investir sem a intermediação desse tipo de instituição financeira. Depois, transfira para a conta dessa instituição o dinheiro que você deseja investir.

4. Invista

A partir daí, é só acessar a plataforma do banco ou corretora, ou o portal ou aplicativo oficial do Tesouro Direto, e comprar os títulos que deseja.

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