Cálculo de juros de financiamento: tipos e como funcionam

Por Redação Onze

Saber fazer o cálculo de juros de financiamento é a única forma de tomar decisões financeiras conscientes e fazer bom uso do crédito. Muitas vezes, o empréstimo sai mais caro do que o anunciado porque não mostra todos os custos do contrato, ou as parcelas acabam sendo mais altas do que o esperado.

Para evitar sustos, é importante considerar fatores como o sistema de amortização utilizado, taxa de juros efetiva e índice de correção das parcelas, por exemplo. A seguir, vamos mostrar os principais tipos de cálculo de juros de financiamento e ajudar você na análise das ofertas do mercado. 

Siga a leitura e veja se o financiamento cabe no seu bolso.

Importância do cálculo de juros em financiamento

O cálculo de juros em financiamento é fundamental para saber quanto você vai pagar de fato e se vale a pena fechar o contrato. Muitas vezes, as taxas de juros nominais divulgadas pelas instituições financeiras servem apenas de referência, pois deixam de fora outras taxas e encargos que encarecem a operação

Além disso, existem diferentes sistemas de amortização e índices de correção monetária aplicados ao saldo devedor dos financiamentos. Lembrando que os juros dessas operações são compostos, ou seja, incidem sobre o exercício anterior e não sobre o valor inicial (os famosos “juros sobre juros”). 

Por isso, a única forma de saber se o financiamento cabe no seu bolso é fazer o cálculo de juros levando todos esses fatores em consideração. Dessa forma, você consegue avaliar o Custo Efetivo Total (CET) da operação e prever o valor das parcelas, além de comparar as opções do mercado para escolher a mais vantajosa. 

Tipos de cálculo de juros de financiamento

Existem dois principais tipos de cálculo de juros de financiamento, baseados nos sistemas de amortização mais utilizados pelas instituições financeiras. No caso, amortização é a parte da parcela destinada a reduzir o valor principal financiado, enquanto a outra parte paga os juros da operação — por isso as parcelas vão diminuindo com o tempo. 

Entenda cada um deles a seguir.

Tabela SAC

A Tabela SAC (Sistema de Amortização Constante) é conhecida como a tabela decrescente, pois o valor de amortização é fixo durante todo o financiamento, diminuindo os juros. Dessa forma, o valor das prestações vai sendo reduzido durante o contrato, começando com parcelas mais altas. 

Por exemplo, supondo que você financie R$ 200 mil com prazo de 30 anos a uma taxa de juros de 10% a.a. pela Tabela SAC, o cálculo da amortização será:

R$ 200 mil / 360 meses = R$ 555,55

Isso significa que R$ 555,55 será o valor fixo mensal destinado a reduzir seu saldo devedor (pagar efetivamente o que você emprestou), enquanto o restante será composto pelos juros. Nessa simulação, o valor da primeira parcela é de R$ 2.150,38 e, consequentemente, os juros correspondem a R$ 1.594,83.

Esses juros iniciais são calculados sobre o saldo devedor (R$ 200 mil na primeira parcela). Assim, conforme o valor devido vai sendo amortizado, os juros também diminuem e suas últimas parcelas são bem menores que as iniciais. 

Por essa razão, a Tabela SAC é mais comum em financiamentos imobiliários de longo prazo, nos quais o risco de inadimplência é teoricamente menor.

Tabela Price

A Tabela Price, ou sistema de amortização francês, é conhecida pelas prestações fixas do início ao fim do financiamento. Nessa modalidade, o valor pago mensalmente é sempre o mesmo, tornando o processo de amortização mais lento.

No exemplo acima, a primeira parcela seria de R$ 1.691,78, mas os juros permaneceriam os mesmos sobre os R$ 200 mil (R$ 1.594,83). Logo, a amortização desse primeiro mês corresponde a apenas R$ 96,95 do valor financiado, enquanto no sistema SAC o valor amortizado é fixado em R$ 555,55 ao mês. 

Consequentemente, o cálculo de juros de financiamento pela Tabela Price sempre resulta em um valor maior do que na SAC — nesse exemplo, os juros da Price ficam 15% mais caros. Por outro lado, a previsibilidade das parcelas pode ser importante, principalmente em empréstimos de curto prazo como financiamento de veículos e crédito pessoal.

Dicas para o cálculo de juros de financiamento

Além do sistema de amortização, outros fatores podem afetar o cálculo de juros de financiamento e seu preço final.

Veja algumas dicas para avaliar todos os custos e facilitar sua vida.

Considere o Custo Efetivo Total

Na hora de fazer o cálculo de juros de financiamento, é importante considerar o Custo Efetivo Total (CET), e não apenas a taxa nominal apresentada pelo banco. Isso porque o CET é a soma de juros, tributos, tarifas, impostos e demais custos que o financiamento pode ter, mostrando qual porcentagem real será paga sobre o valor concedido. 

Conforme a Resolução nº 3517 do Banco Central, todas as instituições são obrigadas a informar o CET em destaque, na forma de taxa percentual anual. 

Verifique as opções de correção monetária

Outro ponto importante no cálculo de juros de financiamento é levar em conta o índice de correção monetária aplicado sobre o saldo devedor. Geralmente, as instituições oferecem a opção da taxa de juros fixa, com correção pela TR (Taxa Referencial, atualmente em 0%) ou taxas menores acrescidas do IPCA (inflação). 

Use uma calculadora de financiamento

Em vez de utilizar o Excel ou uma calculadora financeira, você pode facilitar a tarefa com uma calculadora de juros de financiamento. Além dos próprios simuladores de bancos, o Banco Central oferece uma ferramenta exclusiva para cálculo de parcelas fixas (Tabela Price), enquanto sites gratuitos como o Cálculo Exato permitem utilizar a Tabela SAC e incluir índices de correção.

Viu como é importante fazer o cálculo de juros de financiamento antes de tomar decisões? Para cuidar da sua saúde financeira no presente e futuro, conheça as soluções em investimentos de longo prazo da Onze.