Educação financeira infantil: como ensinar seus filhos
A educação financeira infantil é a base para construir uma relação saudável com o dinheiro e atingir objetivos na vida adulta.
Mas, infelizmente, muita gente ainda acredita que dinheiro “não é assunto para crianças”, enquanto o país atinge níveis recordes de inadimplência e falta de controle financeiro.
Na realidade, aprender sobre finanças desde cedo é a forma mais eficiente de evitar o endividamento e manter a saúde financeira ao longo da vida.
Se você quer garantir a educação financeira infantil em casa, temos várias dicas para ajudar a ensinar seus filhos.
Continue lendo e ajude a formar uma geração mais consciente sobre as finanças.
Importância da educação financeira infantil
A importância da educação financeira infantil se torna óbvia quando analisamos o comportamento dos brasileiros em relação às finanças.
Você sabia, por exemplo, que 58% da população sequer controla sua vida financeira?
É o que revela uma pesquisa do SPC Brasil publicada em 2018 na Agência Brasil, que também chama a atenção para o fato de que 39% dos brasileiros nem se dão ao trabalho de calcular os juros na hora de parcelar as compras.
Esse pode ser um dos fatores que explicam o alto nível de inadimplência no país: 63,8 milhões de brasileiros estão negativados, segundo levantamento de janeiro de 2020 do Serasa Experian.
Diante dessa situação crítica, o governo tem implementado iniciativas como o Enef (Estratégia Nacional de Educação Financeira), que promove programas de educação financeira no país através da parceria entre Banco Central, CVM, Ministério da Educação e outros órgãos.
Um dos principais públicos-alvo, naturalmente, são as crianças em idade escolar, que precisam ser preparadas desde cedo para cuidar da saúde financeira na vida adulta.
5 conceitos importantes na educação financeira infantil
A educação financeira infantil se baseia em alguns pilares essenciais para formar indivíduos capazes de tomar decisões sobre dinheiro.
Confira alguns dos conceitos mais importantes.
1. Percepção de valor
O primeiro conceito que deve ser transmitido na educação financeira infantil é a percepção de valor.
Isso porque as crianças não enxergam o valor daquilo que desejam, e se os pais não mostrarem que as coisas custam dinheiro e esforço, a tendência é banalizar o consumo.
2. Diferença entre necessidade e desejo
O segundo ponto essencial é ensinar à criança que as necessidades são diferentes dos desejos na hora de decidir por uma compra.
Ela deve entender que a prioridade é comprar o que se precisa, e todo o resto só pode ser adquirido se sobrar dinheiro suficiente.
3. Significado do dinheiro
Quando a criança demonstra interesse pelo dinheiro, é o momento de ensinar o que ele significa e como é organizado.
Assim, ela estará acostumada com as cédulas e moedas desde cedo, entendendo sua função na sociedade.
4. Importância de poupar
A importância de poupar é outro conceito que deve ser internalizado desde cedo, para que fique clara a relação entre guardar antes para gastar depois.
Aliás, é essa lição que evita que a criança se torne um adulto consumista e desorganizado com as finanças, além de garantir que ela aprenda a pensar no futuro — para fazer sua previdência um dia, por exemplo.
5. Importância de investir
Logo depois de ensinar a poupar, também é importante explicar a necessidade de investir o dinheiro na educação financeira infantil.
É claro que o conceito deve ser apresentado de forma didática e coerente com a idade da criança, de modo que ela entenda que há formas de multiplicar o dinheiro em contraste com as formas de gastar.
Como implementar a educação financeira infantil
Agora que você entendeu o básico sobre educação financeira infantil, já pode colocar em prática com seus filhos, sobrinhos e netos. Confira algumas dicas para educar os pequenos sobre dinheiro.
Combine recompensas por tarefas
Uma das formas mais lúdicas de ensinar crianças sobre o valor do dinheiro é combinar recompensas por tarefas cumpridas.
Em vez de dar presentes indiscriminadamente, você pode associar o que a criança ganha aos seus esforços, delegando tarefas apropriadas para a idade.
Não antecipe dinheiro
Se a criança já tem idade para administrar sua própria mesada, é o momento de ensinar a paciência para juntar dinheiro antes de comprar o que deseja.
Nessa época, você deve evitar antecipar dinheiro para que a criança entenda que vale mais a pena poupar para comprar do que ceder ao impulso consumista — um dos principais motivos para os altos níveis de endividamento dos adultos.
Envolva a criança na vida financeira
Por fim, é importante que você envolva a criança na vida financeira da família, explicando sobre a situação das finanças, dívidas, investimentos e outros assuntos corriqueiros.
Ela também deve entender quais são os custos domésticos, quanto é o salário dos pais e outras informações que ajudam a desmistificar as finanças e tornar a relação com o dinheiro mais natural.
Se você oferecer uma educação financeira infantil de qualidade, a criança terá plenas condições de manter seu orçamento equilibrado e tomar decisões inteligentes sobre despesas e investimentos na vida adulta.
Assim, teremos uma geração mais preparada para controlar suas finanças e alcançar seus objetivos — uma meta compartilhada por todos aqui da Onze Investimentos.