Burnout: o que é, causas e como evitar

Por Redação Onze

burnout

Você já deve ter ouvido falar ou talvez até mesmo experimentado os efeitos da síndrome de burnout. Trata-se daquele esgotamento elevado a um nível fora do comum, que afeta o corpo e acaba com a saúde e a produtividade de qualquer pessoa.

Já passou por isso? Ou se preocupa que alguém na sua equipe possa desenvolver essa condição? Então acompanhe o texto para conferir o que é a síndrome de burnout, as causas mais comuns e como evitar esse mal tão comum nos nossos dias.

O que é burnout

Burnout é uma síndrome de esgotamento físico e mental que acomete funcionários e líderes que são submetidos a cargas extremas de trabalho e estresse.

Para reforçar, vale a pena recorrer ao dicionário inglês Cambridge, que traz duas outras definições:

  • Estado de não ter mais energia ou entusiasmo, causado por trabalhar demais 
  • Cansaço extremo ou uma sensação de não ser capaz de trabalhar mais, causado por trabalho em excesso (tradução livre).

O primeiro psicólogo a fazer um amplo estudo sobre o burnout em literatura foi o alemão-americano Herbert J. Freudenberger. Em 1974, ele cunhou a expressão “síndrome de burnout”, baseado na expressão em inglês “to burn out”, que significa queimar-se por completo, esgotar.

A síndrome foi descrita como um estado de esgotamento físico e mental causada por exaustão, desilusão e excessivo gasto de energia e recursos. Alguns anos depois, Freudenberger adicionou em sua definição os conceitos de fadiga, depressão, irritabilidade, aborrecimento, sobrecarga de trabalho, rigidez e inflexibilidade.

Hoje em dia, a síndrome de burnout encontra-se listada na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, a CID 11, da Organização Mundial da Saúde. Trata-se, portanto, de uma doença oficialmente reconhecida.

Causas do burnout

Curiosamente, a síndrome do burnout não faz parte do capítulo dos transtornos mentais da classificação da OMS. Está listada em uma categoria à parte, que trata exclusivamente de problemas relacionados ao emprego (ou ao desemprego).

Segundo reportagem da revista Exame, 70% da população ativa do Japão relata ter sofrido sintomas de burnout. O Brasil vem em segundo lugar, com 30%, à frente de China (24%), Estados Unidos (20%) e Alemanha (17%). 

Por isso, vamos listar algumas possíveis causas dentro do ambiente de trabalho, para que você possa ficar de olho e evitar essas situações na sua empresa.

Tipo de ocupação

O estresse pode acometer qualquer indivíduo, e o burnout decorre da exposição prolongada ao estresse no ambiente de trabalho. Mas a especificidade de cada profissão pode indicar maior propensão ao burnout.

Segundo Ana Maria Benevides Pereira, no livro “Burnout: Quando o Trabalho Ameaça o Bem-Estar do Trabalhador” (Casa do Psicólogo, 2002), o distúrbio incide mais em trabalhos que envolvam cuidar dos outros, de alguma forma.

Estão incluídos aí todos os profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros, psicólogos, além de professores, assistentes sociais, policiais, bombeiros, agentes penitenciários etc. 

Profissionais submetidos a muita cobrança envolvendo prazos e metas, como advogados, executivos, vendedores, jornalistas e publicitários, também estão mais expostos ao risco.

Sobrecarga

Seja qual for a área de trabalho, se o funcionário não consegue dar conta da carga de trabalho, essa é uma fonte certa de estresse. A sobrecarga é uma das variáveis mais apontadas como indutoras de burnout.

Conflito ou ambiguidade de papéis

Quando o funcionário não se sente seguro sobre o que realmente é esperado dele, tende a gerar um conflito interno que pode ser propício ao burnout. Nesse ponto, feedbacks claros são o melhor remédio.

Tempo de casa

Quanto mais anos um funcionário passa dentro de uma mesma empresa, mais suscetível ele é ao burnout. A possibilidade ou não de progresso também desempenha um forte papel.

Controle

Um chefe excessivamente controlador, vigiando cada passo, pode desencadear um processo de burnout em um funcionário. Regras são importantes, mas cuidado com os excessos.

Relacionamento entre os colegas

Alguns autores consideram muito importante o tipo de relacionamento cultivado internamente. Os colegas não precisam necessariamente se tornar amigos pessoais, mas um bom ambiente e um espírito de trabalho em equipe e camaradagem são indicados para diminuir o risco de burnout.

Por outro lado, um clima de competição acirrada, fofocas e outras atitudes negativas podem ter um peso perigoso.

Como evitar burnout no ambiente de trabalho 

Veja, a seguir, o que você pode fazer para tentar reduzir a ocorrência e os impactos do burnout na sua empresa:

Cuidar do ambiente organizacional e de cada indivíduo

Como é o ambiente na sua empresa? O ponto de partida é zelar por um bom clima organizacional no local de trabalho.

Além de estimular o trabalho em equipe e o bem-estar geral, é importante manter a pressão por resultados em um nível suportável. E também monitorar o desempenho e a motivação de cada funcionário, dando feedbacks claros e respeitosos.  

Gestão da saúde mental

Segundo pesquisa da consultoria de benefícios Mercer Marsh, citada pela Exame, 30% das empresas brasileiras ouvidas planejavam implantar iniciativas na área de saúde mental para os funcionários em 2020, e 46% afirmaram já ter alguma implementada.

As práticas vão desde massagem até psicólogos e linhas de suporte para saúde mental, passando por meditação e coaching. Cuidados com a saúde física também são importantes, como estímulo a atividades esportivas e um estilo de vida mais saudável.

E aí, gostou do conteúdo? Tem alguma experiência para compartilhar? Fique à vontade para deixar um comentário.