Fundo Cambial: Saiba o que é e comece a investir

Por Redação Onze

O fundo cambial é uma ótima opção de investimento, não apenas para quem trabalha ou quer trabalhar com moedas estrangeiras, mas também para quem quer ter a carteira de investimentos diversificada.

 

Se você quer conhecer o que é o fundo cambial e como ele funciona, confira o artigo abaixo. Também vamos mostrar quais os custos desse tipo de investimento e os rendimentos possíveis. Vamos lá?

O que é um Fundo Cambial?

O fundo cambial é uma forma de investimento em que o investidor aplica o seu dinheiro em moedas estrangeiras mais valorizadas do que o Real, como Dólar ou Euro. Também é possível realizar investimentos em outras moedas, como a Libra esterlina, por exemplo.

 

Os rendimentos do fundo cambial, contudo, vão depender da movimentação da moeda no mercado financeiro. Portanto, caso a moeda estrangeira valorize, o investidor terá maior rentabilidade. Entretanto, se o valor do Real crescer, fazendo com que as outras moedas desvalorizem, o investidor poderá perder dinheiro.

 

O principal objetivo do fundo cambial é fazer com que o investidor lucre com a variação positiva da moeda. Da mesma forma, ajuda a proteger os seus recursos contra possíveis flutuações do câmbio.

Como um Fundo Cambial funciona?

Antes de iniciar qualquer investimento, é fundamental entender como ele funciona.

Assim como outros fundos de investimento, o fundo cambial consiste em um investimento coletivo, no qual diversos investidores aplicam o seu dinheiro em um determinado fundo. Isso é feito através de uma administradora, que geralmente é uma corretora de investimentos.

Ao final do período, os ganhos são repartidos de forma proporcional, conforme a quantia investida, dentre todos os participantes daquele fundo.

Composição da carteira

Outro ponto importante a ser considerado antes de investir, é entender como é a composição da carteira. Para o fundo cambial, o valor referente a 80% do montante investido será aplicado em moeda estrangeira. Já os 20% restantes serão aplicados em títulos mais conservadores, como é o caso das operações de renda fixa.

Por acompanhar a variação cambial destas moedas estrangeiras, o desempenho do fundo também varia bastante. Por exemplo, nos primeiros 8 meses de 2019, o rendimento dos fundos cambiais foi de 8,6%, de acordo com dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Esse rendimento é mais que o dobro do CDI, que foi de 4,2% para o mesmo período.

Entretanto, olhando o desempenho mês a mês, é possível ver que em janeiro o dólar sofreu uma queda. No período, houve uma perda de 5,5% nos investimentos. Mas em março, com o avanço do dólar, o retorno para o investidor foi de 4,7%.

Custos e tributações

Dentre os custos envolvidos para investir em fundo cambial, podemos destacar as taxas de administração. Como essa taxa é cobrada independentemente das perdas ou ganhos, é fundamental ficar atento ao valor cobrado na hora de escolher a instituição para realizar o investimento.

Além disso, há também a possibilidade de ser cobrada uma taxa de rendimento. Esta, por sua vez, é cobrada quando o administrador consegue rentabilidade maior do que o referencial. Geralmente, a administradora fica com cerca de 10% a 20% do ganho. Essa taxa é acordada previamente com o investidor.

Além dessas taxas, há também a tributação que incide nos fundos cambiais. Assim como ocorre com outros tipos de investimento, quanto maior o tempo de aplicação, menores são as tributações. Mas, de modo geral, ele está sujeito a cobrança de IOF (Imposto sobre Operação Financeira) e IR (Imposto de Renda). Vale lembrar que os impostos são cobrados sobre os lucros, e não do valor total.

A tributação sobre os rendimentos é feita da seguinte forma:

  • até 180 dias – 22,5%
  • entre 181 e 360 dias – 20%
  • entre 361 e 720 dias – 17,5%
  • a partir de 721 dias – 15%

É fundamental mencionar ainda que o IOF é cobrado apenas para aplicações inferiores a 30 dias. Já o IR é cobrado dos investidores duas vezes ao ano. O cálculo é feito em maio e novembro, sempre no último dia útil. O valor referente ao imposto é descontado do fundo.

Como investir em um fundo cambial?

A escolha de qual fundo cambial investir o seu dinheiro deve ser baseada em diversas informações, como risco, valor mínimo para a aplicação, performance e liquidez. Por isso, é muito importante saber qual é o seu perfil como investidor e quais as suas metas antes de iniciar qualquer tipo de investimento.

Quando você tiver com todas as informações em mãos, bastará procurar pela aplicação que melhor se adéque àquilo que você precisa.

Riscos

Assim como ocorre com as ações, o fundo cambial também é bastante volátil, portanto, o risco também é maior. Quem acompanha as taxas cambiais sabe que as moedas podem valorizar ou desvalorizar rapidamente. Portanto, você precisa estar disposto a correr um risco um pouco maior para encarar esse investimento.

Valor mínimo de aplicação

Muitos gestores estipulam R$ 500 como o valor mínimo para aplicação em um fundo cambial. Mas há administradoras que exigem uma aplicação mínima de R$ 25 mil. Portanto, é fundamental pesquisar antes de tomar qualquer decisão.

Rentabilidade e Benchmark

Avalie qual é o histórico de rentabilidade e o Benchmark do seu investimento. De maneira simples, o Benchmark é o indicador utilizado como referência para a rentabilidade de determinada carteira de investimento. Por exemplo, o Benchmark do mercado de ações é o Ibovespa. Já para o fundo cambial, o Benchmark utilizado pode ser o Ptax.

Por sua vez, o Ptax é calculado pelo Banco Central com base em consultas diárias ao mercado. O resultado é uma média de taxa de câmbio que as instituições financeiras praticam. Vale lembrar que existem valores distintos para o câmbio turismo e para o câmbio comercial.

Na prática, isso significa que o fundo cambial que tiver como Benchmark a Ptax, terá as suas aplicações feitas para que a rentabilidade siga próximo ou até mesmo maior do que a da Ptax para o período.

Liquidez

Por último, mas não menos importante, para quem precisa de liquidez, é fundamental saber quando o seu dinheiro poderá ser resgatado e todas as tributações que podem incidir sobre o valor.

Quanto investir

O valor exato da sua renda que deve ser investido deve ser determinado com base nas suas metas de curto, médio e longo prazo, além do seu perfil de investidor. Entretanto, muitos especialistas recomendam que entre 20 a 30% da sua renda seja destinada para aplicações.

Dentro deste valor, vale a pena ainda diversificar a carteira. Uma parte desse montante pode ser destinada para o fundo cambial, outra para renda fixa e, se seu perfil aceita mais riscos pensando em lucro, aplique outra parte em ações.