Investir em Cryptomoedas: Quais os cuidados e os riscos?

Por Redação Onze

Todos os anos o número de pessoas que buscam aplicar seu dinheiro vem aumentando. Elas buscam opções de investimento para evitar que suas economias fiquem paradas sem qualquer ou pouco rendimento, em suas contas correntes ou na poupança.

E uma opção que surgiu apresentando rentabilidade de sonho foram as cryptomoedas.

Contudo, ainda existem muitas dúvidas a respeito do que é esse tipo de investimento, como ele funciona, que somas de dinheiro são necessárias para investimentos iniciais e os respectivos riscos.

Em nosso artigo falaremos sobre os cuidados que as pessoas que querem investir nelas tem que tomar e os riscos, para que você possa decidir se vai investir em cryptomoedas

O que são cryptomoedas?

Apesar de serem recentes – surgiram há apenas 11 anos, em 2008 – a maneira de investir em cryptomoedas segue os mesmos preceitos de investimentos tradicionais. Ou seja, antes de fazer qualquer movimento é muito importante que você saiba o que é uma cryptomoeda. Até mesmo porque, como veremos em um próximo tópico, há várias delas disponíveis no mercado.

Essa alternativa de investimento se trata de uma moeda digital, porém ela é conversível em valor monetário real. Ou seja, sim, você tem ganhos “reais”.

Uma vez que toda e qualquer transação é feita totalmente através da Internet, sempre que um investimento feito com uma cryptomoeda ocorre ele é protegido por criptografia e por um sistema chamado de blockchain.

Esse sistema é como se fosse, no mundo “real”, um livro registro, como o usado na contabilidade. Ele não está localizado em nenhum site em especial, sendo, portanto, descentralizado, público. Ele também permite a toda e qualquer pessoa verificar todas as operações que estão em andamento no momento em que desejarem.

Quais são as principais cryptomoedas?

Como mencionamos anteriormente, vamos agora falar sobre algumas alternativas para que você possa investir em cryptomoedas. É muito importante que se conheça todas elas, pois no ano de 2019 o setor viveu momentos de altas e baixas. Ou seja, assim como em outros investimentos, elas estão sujeitas a oscilações.

Bitcoin

Vamos começar a apresentar a você as cryptomoedas falando da mais famosa e mais antiga dentre todas as disponíveis no mercado. Já é público e notório que essa moeda virtual domina as transações feitas envolvendo cryptomoedas.

Mas o Bitcoin é também a cryptomoeda que apresenta a maior rentabilidade para os investidores. Atualmente a capitalização de mercado do Bitcoin é de US$ 153.872.393.908. Na data de 16 de Novembro de 2019 seu preço em U$D era de US$ 8.550.

De quatro em quatro anos ocorre um fenômeno chamado halving. É um evento programado que divide pela metade a recompensa pela mineração do Bitcoin (falaremos sobre isso mais tarde). Desde o ano em que foi criada a cryptomoeda a recompensa caiu de 50 BTC para 12,5 BTC, valor atual. No ano que vem, portanto, a recompensa será de 6,25 BTC.

Isso fará com que no ano que vem a oferta sofra uma queda e os preços aumentem. Essas medidas são tomadas porque o suprimento de Bitcoin é limitado.

Como o valor de 1 Bitcoin é muito alto é muito difícil que alguém consiga adquirir um deles. Porém é possível comprar valores fracionados, até 0,00000001 BTC, que é sua menor unidade, chamada Satoshi, em homenagem a seu criador.

Ethereum

Apesar de não ter sido sequer a segunda cryptomoeda que surgiu, a Ethereum proporcionou um boom ao mercado. E como toda moeda que apareceu após o Bitcoin, é chamada de Altcoin.

Graças a ela tornou-se possível desenvolver novos tokens baseados em contratos considerados “inteligentes”. Tokens são ativos digitais, úteis em transações. Por exemplo, pontos de um programa de milhagem e milhas aéreas podem ser associados a um token dentro da estrutura da blockchain para possibilitar negócios.

Atualmente é negociada a US$ 180,00 e sua capitalização de mercado é de US$ 19.927.423.717 com cada token valendo US$ 187.

Litecoin

Considerada uma versão “pirata” da Bitcoin seu valor atual de mercado é de US$ 3.678.915.353. Seu valor unitário é de US$ 57,60.

Monero

Criada em 2014, foi desenvolvida para esconder as identidades dos investidores. Quando se faz uma transação usando Monero, os endereços de remetentes, destinatários e os valores da transação são mantidos em sigilo.

Sua cotação atualmente é de R$ 217,32 e valor disponível no mercado é de R$ 3.764.849.994.

Dash

Também de 2014 foi criada para ser fácil e acessível. As transações envolvendo-a envolvem mineração.

Seu valor é de US$ 52,31 e sua capitalização no mercado é US$ 476.036.692.

Quais os riscos de investir em cryptomoedas?

Saber seu perfil de investidor e o risco que cada investimento oferece é primordial para decidir qual irá escolher. No caso das cryptomoedas é muito importante que você saiba que o risco é de médio para alto.

Então, para investir em cryptomoedas há alguns fatos peculiares com os quais se deve ter cautela.

Em termos práticos isso já demonstra que ela não pode compor uma parte considerável de seu portfólio de investimentos. As recomendações vão de 1% até 5% do patrimônio em moedas virtuais.

Isso se deve a algumas características desse tipo de investimento. As cryptomoedas são algo novo. Apesar do Bitcoin, a mais antiga, ter 11 anos ele somente ofereceu resultados em 2017.

Além disso, a oscilação das cryptomoedas é absurda. Nesse mesmo ano, por exemplo, ele teve uma alta de 2.000% seguida de uma baixa quase na mesma proporção.

É um investimento que possui uma natureza que se chama de disruptiva. Isso significa que a forma pela qual elas são negociadas (através do blockchain) não tem referência com algo anterior, dificultando, por exemplo, análises de séries históricas que prevejam o comportamento dos investimentos.

Outro detalhe é que as mesmas não são regulamentadas por nenhuma autoridade em nenhum país, o que pode causar enormes problemas aos investidores em caso de situações negativas.

Os rendimentos miraculosos e fartos também devem ser vistos com prudência. No caso da realidade econômica brasileira, onde a taxa Selic vem apresentando um quadro de queda, um investimento que apresenta rendimentos de 1% ao dia de maneira regular é fantasia pura.

Como começar a investir em cryptomoedas

Para que você possa investir em cryptomoedas há várias maneiras disponíveis:

Exchanges: Funcionam como “corretora”. Assim que o investidor define o valor da moeda, ela aproxima as partes interessadas em realizar o negócio. Como mencionamos anteriormente, não há regulação pela CVM.

Gestoras de fundos de cryptomoedas: Se parecem com as exchanges, porém exigem que as cryptomoedas dos clientes sejam entregues a elas. A partir daí elas atuam como corretoras tradicionais buscando os menores preços para retirá-las e os maiores para vendê-las;

Gestoras de fundos que investem em cryptomoedas: Figuras novas no mercado, diferentemente das outras estão sob a supervisão da CVM. Aqui o cliente não precisa comprar as cryptomoedas diretamente. Ele transfere dinheiro para a gestora comprar cotas pertencentes a um fundo, o qual, por sua vez, realiza o investimento.

Mineração: A forma mais tradicional de investir em cryptomoedas. Sua mecânica envolve fazer buscas na blockchain, onde o investidor encontra informações sobre compras, vendas e outras que são pertinentes ao negócio.

As pessoas envolvidas na oferta de recursos computacionais para essas operações recebem novos bitcoins a cada dez minutos, de forma proporcional. Exige uma especialização mais avançada.

P2P: É quando se compra a moeda sem intermediação. Há listas confiáveis de players e escrow, sistema que garante que quem compra vai receber o dinheiro e vice e versa, é altamente recomendável.

Muito bem, caro investidor. Como você pode perceber investir em cryptomoedas exige muita cautela, estudo e, naturalmente recursos para que você consiga bons resultados.

Por tratar-se de uma nova forma de investimento, prudência, análise e cuidado devem fazer parte do dia a dia dos investidores que colocam seus recursos em uma moeda virtual. Com paciência, jogo de cintura e inteligência os resultados podem chegar.