Juros compostos: o que são e como atingem os investimentos?

Por Redação Onze

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O mecanismo dos juros compostos faz dos investimentos financeiros uma aquisição atraente. Se não fosse dessa forma, poucas pessoas estariam dispostas a poupar ou a aplicar seu dinheiro.

Cabe ressaltar que essa forma de cobrança não tem nada a ver com a usura, essa sim, prática abusiva e tipificada como crime no Brasil. Muito pelo contrário, a aplicação de juros dessa maneira é não só aceita como fundamental para a economia. Sem juros compostos, o sistema econômico provavelmente entraria em colapso.

Esse é o tema deste conteúdo que você começa a ler agora. Fique por aqui e saiba como eles afetam seus rendimentos e como usá-los ao seu favor.

O que são juros compostos?

A definição mais simples de juros remete ao preço cobrado pelo dinheiro. No entanto, existem diversas formas de se impor juros, dentre as quais a composta é a mais praticada.

Por isso, vale entender primeiro como se aplicam os juros simples que, como o nome já sinaliza, é a maneira mais fácil de se cobrar.

Nesse caso, imagine que você tomou um empréstimo de R$ 800,00. O credor determina uma taxa de juros simples de 2% para que você pague o que deve no próximo mês. Isso significa que, daqui a 30 dias, você devolverá R$ 816,00, que é o valor devido acrescido dos juros simples.

Nos juros compostos, o mecanismo é diferente, a começar pelo tipo de operação financeira em que se aplica, normalmente investimentos em ativos de renda fixa. Por isso, os juros compostos são também chamados de juros sobre juros, já que eles incidem não só sobre o capital inicial, mas sobre os rendimentos anteriores.

Diferença para juros simples

Considere uma situação na qual você decide aplicar em um novo ativo financeiro baseado em juros compostos.

Como forma de incentivar novos investidores, a instituição financeira resolve aplicar a taxa de 1,5% de juros ao mês. Nada mal, se tomarmos como referência a taxa DI, que hoje está na casa dos 0,3% mensais.

Por isso, você decide aplicar R$ 1 mil para começar e estipula aportes mensais de R$ 100,00. Quanto você ganharia depois de seis meses?

Vamos ver como ficaria o seu saldo aplicando juros compostos, em que o rendimento do mês soma-se ao do mês anterior:

  • 1º mês – R$ 1.000 x 1,5% = R$ 1.115,00
  • 2º mês – R$ 1.115 x 1,5% + R$ 100,00 = R$ 1.231,72
  • 3º mês – R$ 1.231,72 x 1,5% + R$ 100,00 = R$ 1.350,19
  • 4º mês – R$ 1.350,19 x 1,5% + R$ 100,00 = R$ 1.470,44
  • 5º mês – R$ 1.470,44 x 1,5% + R$ 100,00 = R$ 1.592,49
  • 6º mês – R$ 1.592,49 x 1,5% + R$ 100,00 = R$ 1.716,37.

Onde tem juros compostos?

A partir do exemplo anterior, dá para ter uma ideia do que os juros compostos representam no contexto dos investimentos.

É por isso que, no Brasil, as aplicações de renda fixa têm sua rentabilidade referenciada por essa forma de juros. A diferença em cada caso fica por conta das regras aplicáveis conforme as taxas vinculadas.

Na poupança, por exemplo, a taxa básica é usada como indexador. Na atual conjuntura, ela rende apenas 70% dessa taxa, já que a Selic está abaixo de 8,5%.

Por sua vez, aplicações como o Tesouro Direto Selic apresentam rentabilidade maior, porque rendem exatamente a taxa básica. Ou seja, se ela estiver em 5% ao ano, a aplicação renderá o mesmo.

Em todos esses casos, o rendimento de um mês será calculado em função do último saldo, caracterizando assim a aplicação de juros compostos.

Juros compostos em investimentos

Outras aplicações de renda fixa com rendimentos calculados a partir de juros compostos são aquelas vinculadas à taxa DI. Talvez o exemplo mais conhecido desse tipo de investimento seja o Certificado de Depósito Bancário (CDB), indexado pelo CDI e com rendimento diário.

O mesmo vale para ativos como as Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio, Letras de Câmbio, além da sempre interessante previdência privada. Em todas elas, o efeito “bola de neve” dos juros compostos é o que as torna atrativas, principalmente se forem mantidas por períodos mais longos.

Como calcular juros compostos

O cálculo dos juros compostos pode ser feito pela aplicação de uma fórmula bastante simples:

  • Montante = Capital (1+taxa)tempo

Para aplicá-la, você deverá primeiramente dividir a taxa por 100 para obter o seu formato decimal. Por exemplo, se ela for de 2%, então na fórmula você deverá usar 0,02. Vamos ver então, quanto renderiam os R$ 1 mil do exemplo anterior em um ano sem os aportes mensais à taxa de 2%. Nesse caso:

  • Montante = 1000 (1+0,02)12
  • Montante = R$ 1.260,00

Viu só como os juros compostos são importantes e fazem o seu dinheiro render mais? Outra atitude que ajuda você a fazer bom uso dos seus rendimentos é ler os artigos publicados aqui, no blog da Onze .