Rendimento Selic em investimentos: como funciona?

Por Redação Onze

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O rendimento pela Selic vem a representar o quanto investimentos referenciados por esse indicador pagam a quem aplica o seu dinheiro neles. Essa característica torna muito importante ficar de olho no índice.

Selic é a sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia, que serve de referência para as taxas de juros praticadas pelas instituições financeiras no Brasil. Por isso, conhecer o seu mecanismo de funcionamento e evolução ajuda a tomar decisões mais certeiras antes de investir.

Neste conteúdo, vamos falar sobre aplicações que têm seu rendimento corrigido pela Selic e explicar como isso funciona.

Qual o rendimento da Selic hoje?

Até a metade de 2020, a Selic acumulada ficou em 1,64%. Significa que, quem aplicou dinheiro em janeiro em algum ativo corrigido pela taxa, teve esse rendimento no período. Para que você entenda ainda melhor, veja o histórico da taxa Selic para os primeiros seis meses do ano:

  • Janeiro: 0,37%
  • Fevereiro; 0,29%
  • Março: 0,33%
  • Abril: 0,28%
  • Maio: 0,23%
  • Junho (até o dia 15): 0,10%.

Certamente, você deve ter observado que, ao longo dos últimos meses, a taxa Selic vem caindo. Não se trata de coincidência, afinal, o Comitê de Política Monetária, o Copom, ligado ao Banco Central, vem anunciando sucessivas reduções. A última delas foi no mês de junho.

Mas por que é tão importante assim conhecer e acompanhar a evolução do rendimento Selic e suas oscilações mensais? É o que vamos explicar agora.

Como a Selic afeta o rendimento de aplicações

Basicamente, as variações na taxa Selic impactam de forma direta dois componentes da economia: consumo e investimentos. Quando ela está alta, é bom para quem investe porque a maioria das aplicações financeiras de renda fixa passa a pagar mais.

E se o movimento é de redução, beneficiam-se os setores produtivos porque uma taxa Selic mais baixa estimula o crédito, que passa a ser mais barato.

Essa é a ideia do governo na atual conjuntura, dado que a pandemia de Covid-19 levou a uma desaceleração do consumo. Prova disso é que o IPCA no mês de maio foi de 0,33% negativo. Ou seja, a economia está em um processo de deflação, quando os preços em geral diminuem.

Embora isso pareça bom, por outro lado, indica problemas porque, quanto menos se consome, menos dinheiro circula e, assim, a economia tende a estagnar.

Para investimentos, a Selic baixa é ainda menos interessante porque, como vimos, nesse caso, aplicações indexadas por ela ou pelo CDI (indicador que segue muito de perto a Selic) passam a render menos.

Rendimento da Selic X CDI

Existe uma relação íntima entre a taxa Selic e um outro indexador usado na correção de aplicações de renda fixa, o já citado CDI – Certificado de Depósito Interbancário. Isso porque, na verdade, a taxa Selic depende dos juros praticados em operações financeiras entre bancos para ser calculada.

A taxa DI (outra forma de se referir ao CDI), por sua vez, também é gerada a partir dessas operações, então, naturalmente ela fica muito próxima da taxa Selic. A diferença é que o CDI é obtido a partir do Selic Over, a taxa usada como referência quando bancos emprestam dinheiro uns para os outros.

Resumindo: espere sempre taxas muito próximas, já que elas tomam como base de dados praticamente as mesmas informações.

Aplicações com rendimento pela Selic

Os dois investimentos diretamente vinculados à Selic são a popular caderneta de poupança e o Tesouro Direto Selic.

No caso da poupança, o rendimento vai depender da taxa Selic anual. Se ela estiver maior que 8,5%, ela deverá render 0,5% mais a Taxa Referencial (TR). E se estiver menor, o rendimento da poupança equivalerá a 70% da taxa Selic para o período.

Por sua vez, o Tesouro Direto Selic, embora tenha muitas variações, em geral acompanha a taxa em percentuais próximos de 100%. Não por acaso, esse é um dos ativos de renda fixa mais rentáveis do mercado, considerando se tratar de uma aplicação totalmente segura e com alta liquidez. 

Nos últimos 12 meses, a modalidade Tesouro Direto Selic 2021 rendeu 4,71%, ou seja, bem acima dos 3,15% da poupança ao longo de 2019. 

Outros investimentos afetados pela Selic

Cabe ressaltar novamente que a taxa Selic tem estreita ligação com o CDI. Sendo assim, as aplicações com rendimentos calculados por esta taxa também são influenciadas pela taxa básica de juros.

Talvez a mais popular delas seja o Certificado de Depósito Bancário, o CDB. Nela, o cliente empresta dinheiro ao banco que, em troca, paga juros conforme a taxa DI diária. Ela também é usada para remunerar aplicações como as Letras de Câmbio, do Crédito Imobiliário (LCI), Agrícola (LCA) e o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA).

Portanto, o rendimento Selic afeta todos os tipos de aplicações de renda fixa no Brasil, direta ou indiretamente. Não deixe de acompanhar sua evolução e, se o governo anunciar novas reduções ou aumentos, pode contar que os efeitos no seu bolso serão sentidos.

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