Taxa básica de juros: o que é a Selic e como é definida

Por Redação Onze

Entender a taxa básica de juros do Brasil significa compreender como todo o sistema financeiro é estruturado e se movimenta.  E não estamos falando apenas de quem atua na área ou das relações estabelecidas entre instituições financeiras e o governo federal, mas também do seu dia a dia como consumidor e investidor.

O tema parece complexo? Neste artigo, abordamos o assunto de forma simples e objetiva, com exemplos que ajudam a entender a sua importância e contexto. Continue lendo e confira todas as informações e dicas!

Taxa básica de juros: o que é a Selic?

Como o próprio tópico já sugere, a Selic nada mais é do que a taxa básica de juros do Brasil.  O seu nome tem origem no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). Trata-se de uma plataforma virtual em que ocorrem transações de curto período (diárias) entre as instituições financeiras, realizadas sob o lastro de títulos públicos.

No entanto, o que nem todo mundo sabe é que existem duas taxas Selic, o que pode gerar confusão.

A primeira é a Selic Over, obtida justamente a partir da média dos juros que são cobrados nas negociações dessa plataforma virtual. Ela é registrada diariamente e, por meio de conversão, é transformada em uma taxa anual. 

A segunda é a Selic Meta, aquela que você costuma ouvir falar nos noticiários. Ela representa a taxa básica de juros projetada pelo Banco Central do Brasil (Bacen) periodicamente. Ao longo de todo o artigo, é dela que vamos falar. 

Na prática, a taxa Selic serve como um termômetro para influenciar e determinar as demais taxas de juros empregadas no país, seja para financiamentos, empréstimos ou mesmo naquela aplicação que você tem no banco.

Ou seja, estamos falando de uma ferramenta econômica utilizada para definir a política monetária brasileira. Não por acaso, uma simples variação nela pode acelerar ou desacelerar o consumo, além de impactar investimentos.

Para que serve a taxa básica de juros?

Quer um exemplo de como ela afeta todo o sistema econômico? Quando o Banco Central decide reduzir a meta da Selic, dá ao mercado um sinal que leva à queda na rentabilidade dos títulos atrelados à taxa básica de juros. 

Isso significa que o custo da tomada de crédito para os bancos vai diminuir. Na outra ponta, a implicação é a queda nos juros que as instituições financeiras vão cobrar por seus empréstimos.

Ao mesmo tempo, ela também serve como um instrumento de controle da quantidade de dinheiro que circula na economia.

Quais são os impactos da taxa de juros nas finanças?

Pelo exemplo dado acima, já dá para perceber que a taxa básica de juros afeta tanto as instituições financeiras quanto a população. Afinal, imagine que você está planejando comprar um imóvel e precisa financiar uma parte do valor.

Em um momento de queda na meta da taxa Selic, o rendimento que você vai alcançar nas suas aplicações atreladas ou diretamente influenciadas por ela, como o Tesouro Selic (LFT), tende a cair

Por outro lado, as taxas cobradas pelo banco para o financiamento imobiliário tendem a cair e ficar mais atrativas naquele momento. Com a queda, a tendência também é de que a confiança da população para o consumo aumente e o desemprego diminua.

A lógica é simples e está conectada com tudo o que já falamos até aqui: taxas mais baixas de juros costumam movimentar a economia, uma vez que o custo do crédito fica menor.

No entanto, a Selic não age sozinha. Mesmo se mantendo em níveis baixos, fatores como dívida pública, desconfiança de investidores internacionais, crise política, entre outros, criam um cenário pessimista para a economia brasileira.

Como a taxa básica de juros é definida?

No início do artigo, falamos que a meta da Selic é projetada pelo Banco Central, mas você sabe como isso acontece? A definição ocorre em reuniões do Comitê de Política Monetária, mais conhecido apenas como Copom, realizadas a cada 45 dias. 

Nelas, a discussão gira em torno de manter ou modificar a taxa básica de juros, seja para níveis mais elevados ou menores. Para tomar a decisão, os membros do Copom fazem uma profunda análise de aspectos como: 

  • Cenário da economia e da política nacional e internacional
  • Nível de atividade econômica apresentada no momento
  • Projeções da inflação
  • Expectativa de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB).

É preciso lembrar que o objetivo é manter o controle dos juros cobrados em transações e da circulação de dinheiro no país, o que influencia toda a economia. 

O que é o Copom?

Vinculado ao Banco Central, o Copom é um órgão que tem como missão central discutir aspectos ligados à política monetária brasileira, sobretudo a definição da taxa básica de juros.

Ele existe desde 1996 e suas reuniões têm duração de dois dias: no primeiro, ocorrem apresentações que abordam toda a conjuntura econômica; no segundo, os dados são analisados, debatidos e, por fim, acontece a votação para manter ou alterar a Selic. 

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