Tirar um ano sabático: como se preparar e investir?

Por Redação Onze

Você certamente já ouviu falar no ano sabático, uma pausa que muitas pessoas tiram para realizar projetos pessoais, como dar a volta ao mundo, escrever um livro em um lugar diferente, realizar uma jornada de autoconhecimento, entre outros objetivos. Também deve pensar que essa é uma missão impossível para você, que nunca teria saúde financeira para uma aventura desse porte.

O famoso ano sabático, no entanto, pode ser uma realidade. É preciso apenas um pouco de paciência, foco e economia. Quer saber como planejar seu tão sonhado ano sabático? Acompanhe este artigo!

O que é um ano sabático?

Um ano sabático é basicamente um tempo que as pessoas tiram para fazer coisas que não conseguem em meio às suas rotinas turbulentas. Trata-se de algo muito maior que um simples período de férias, ou passar um ano “à toa”. A ideia é realmente buscar o autoconhecimento, aprimorar alguns talentos e descobrir outros. É, portanto, um “investimento” em si mesmo, para retomar com mais energia ao mercado de trabalho.

O termo “sabático” origina-se da palavra hebraica “shabat”, que significa repousar. O Torá, livro sagrado do povo judeu, descreve o Shemitá, que também era chamado de ano sabático, que acontecia de sete em sete anos e durante o qual não se cultivava a terra, para deixá-la descansar.

No final de 1800, a Universidade de Harvard incorporou o termo para começar a oferecer períodos mais longos (não necessariamente um ano) de licença remunerada a seus professores. Na década de 20, inúmeras universidades norte-americanas haviam aderido a esse conceito. Isso porque um professor que tirasse um período sabático retornaria às suas tarefas com novas ideias e energia renovada.

A primeira empresa dos Estados Unidos a conceder um programa sabático formal a seus funcionários foi o McDonald’s, em 1977. Hoje, segundo matéria da revista Forbes, 16% das empresas naquele país oferecem um período sabático, e 5% delas pagam o salário integral ou parcial durante o período.

Vantagens e desvantagens de se realizar um ano sabático

Aqui no Brasil, ainda há alguma resistência com essa prática. Isso porque, além de as organizações não verem com bons olhos “autorizar” um funcionário a permanecer tanto tempo fora de sua função, as pessoas também têm receio de não conseguirem retornar ao mercado de trabalho após o período.

No entanto, as inúmeras vantagens de tirar um ano sabático ultrapassam as desvantagens: as pessoas rejuvenescem, vivem novas experiências, conhecem novas pessoas, saem da sua “bolha”, ampliam horizontes, estudam e desenvolvem-se. Basta, é claro, aproveitar e seguir a sua proposta durante o período.

Como se planejar para um ano sabático?

Agora que você já conheceu os propósitos de um ano sabático, ponderou as vantagens e desvantagens de realizar a prática e decidiu que pode ser uma boa ideia, saiba como se planejar para alcançar esse objetivo!

Defina o seu objetivo!

Por que você vai tirar este ano sabático? Para onde vai? Com quem vai? O que vai fazer? Quando pretende ir?

Faça uma planilha de gastos

Pesquise passagens, lugares para ficar, custo de vida nos locais, etc. Coloque tudo em uma planilha e defina o valor total para o ano. Tenha em mente que retornar ao mercado de trabalho pode ser um pouco difícil, então, a não ser que você tenha um acordo com seu chefe ou algo parecido, adicione alguns meses de gastos.

Escolha o melhor investimento

Se você apenas guardar algum dinheiro na poupança até a data escolhida para a realização do ano sabático, você pode perder dinheiro. Isso porque a poupança pode render menos que a inflação. Por isso, elaboramos um tópico (abaixo) para que você escolha investimentos mais rentáveis e tão seguros quanto.

Onde investir para alcançar meu objetivo?

As melhores opções de investimento para tirar um ano sabático são os títulos de renda fixa, especialmente os com taxas prefixadas, ou seja, nos quais você sabe exatamente quanto e quando você receberá. As melhores opções são:

CDB

O CDB, ou Crédito de Depósito Bancário, é um empréstimo que você faz ao banco para que essa instituição realize suas atividades. O seu dinheiro será retornado com juros e correções. É um investimento em geral bastante conservador, já que, investindo até R$250.000,00, você está protegido pelo FGC – Fundo Garantidor de Créditos – e não precisa se preocupar.

Os CDB oferecidos são prefixados, pós-fixados (com o rendimento equivalente a um percentual do CDI, na maioria das vezes), ou híbridos, sendo uma parte fixa e outra variável. O ideal é que, para esse objetivo, você opte pelo prefixado, minimizando os riscos. Mas lembre-se: escolha um prazo de vencimento e retire o dinheiro somente neste prazo.

LCI e LCA

LCI é a Letra de Crédito Imobiliário, e LCA, Letra de Crédito Agrícola. Ambas são empréstimos que você faz para os setores respectivos, e não há muita diferença de rendimento entre elas. São títulos de renda fixa, ou seja, você sabe quanto ganhará em determinado vencimento, e de baixo risco, também protegidos pelo FDC. Por ser um investimento seguro, a rentabilidade é baixa, sendo um investimento bastante conservador.

Na data do vencimento desses dois títulos, você pode resgatar seu dinheiro, com os juros estipulados, ou reinvestir. Esse investimento pode ser realizado por meio de bancos ou outras instituições financeiras. Vale lembrar que os bancos quase sempre trazem menos opções e rentabilidade.

Tesouro direto

O tesouro direto é muito parecido com a LCI e LCA. A diferença é que nas primeiras você investe em títulos particulares. Já no tesouro direto, você está emprestando para o governo, em troca de uma remuneração futura. Você pode investir em três categorias de tesouro direto: o tesouro Selic (que paga uma taxa equivalente à taxa básica de juros da economia), o tesouro prefixado (o rendimento já é conhecido no momento da compra do título) e o IPCA+, que é um investimento híbrido, no qual uma parte do rendimento está atrelado à inflação e a outra é prefixada.

De novo, indicamos a taxa prefixada, para garantir que você saiba exatamente o quanto receberá no prazo de vencimento e possa realizar tranquilamente o seu ano sabático.

Fundos de investimento

Os fundos de investimento são uma ótima opção para todos os tipos de investidores, porque agregam investimentos diversos em uma carteira, que pode ser mais conservadora, moderada ou arrojada.

Claro que, para o seu objetivo, uma carteira mais conservadora é ideal.

Voltei, e agora?

Então você economizou, investiu, tirou um ano sabático e agora está mais do que pronto para retomar a carreira? Seguem algumas dicas importantes para se recolocar da melhor forma possível:

Planeje!

Durante o ano sabático você se distanciou do trabalho, mas com certeza teve bastante tempo para pensar no retorno. Talvez volte almejando até uma posição diferente, um recomeço focando em alguma outra habilidade que não a que você atuava antes dessa pausa. Foque no que você realmente quer. Quem sabe não é a hora de abrir seu próprio negócio?

Reconecte-se com as pessoas

Você tem um ex-chefe que pode te ajudar a se recolocar? Um colega que abriu uma empresa que é a sua cara? Sente com essas pessoas e converse sobre seu tempo afastado e sobre novas possibilidades. Um bom networking é fundamental nesse momento.

Atualize seu currículo

Faça um update nas suas habilidades, e cadastre seu currículo nas principais redes sociais profissionais, principalmente o Linkedin. Mencionar o ano sabático e o que você vivenciou na experiência é sempre benéfico!

Concluindo…

Tirar um ano sabático não é assim tão difícil. Planejar-se, investir corretamente e seguir as dicas acima para se recolocar no mercado são etapas fundamentais para que tudo corra bem e você renove suas energias. Anotou tudo? E então? Preparado para seu ano sabático? Conte com a Onze para auxiliá-lo nessa empreitada!