Juros simples: entenda o que são e como calcular

Por Redação Onze

O conceito de juros simples nos remete de cara às aulas de matemática no ensino fundamental (ou ginásio, para os mais experientes). Essa é uma das matérias mais importantes, afinal, ela tem aplicação direta no nosso dia.

Afinal, todo tipo de operação financeira envolve o pagamento ou recebimento de juros. É por isso que esse é um assunto que merece ser melhor compreendido, bem como sua influência sobre nossas decisões envolvendo dinheiro.

Avance na leitura para entender tudo sobre os juros simples, do conceito ao cálculo.

O que são juros simples?

Juros consistem no valor que um credor cobra a um devedor sobre uma quantia emprestada. Em outras palavras, é como se fosse o “preço” do dinheiro que, na prática, não pertence a quem pede crédito até que ele seja efetivamente pago.

Por essa razão, lojas varejistas ou instituições financeiras anunciam sempre com bastante alarde promoções em que oferecem pagamentos parcelados sem juros. Nesses casos, é como se elas estivessem concedendo crédito sem custos, o que é sempre atrativo para os clientes.

No entanto, quando se cobram juros em cima de um financiamento, por exemplo, deve-se ter em conta a incidência dos juros simples.

Sua fórmula é:

  • Juros = Capital x Taxa x Tempo / 100.

Digamos, então, que um empréstimo de R$ 1 mil foi dividido em 10 vezes a juros simples a uma taxa de 2% mensais. Nesse caso:

  • Juros = 1000 x 2 x 10 / 100 = R$ 200,00.

Logo, cada parcela deverá ser de R$ 120,00, totalizando R$ 1.200,00 a serem pagos pela regra dos juros simples.

Diferença para juros compostos

Os juros simples são aplicáveis normalmente em contratos de financiamento e de crédito bancário, como acabamos de exemplificar. Por outro lado, em investimentos, os juros simples saem para dar lugar aos juros compostos. Nesse caso, o que acontece é o rendimento de juros sobre juros. 

Essa é a razão que fazem investimentos de renda fixa, como a previdência privada, serem tão recomendados. Ou seja: ao aplicar em ativos cujo rendimento segue a lógica dos juros compostos, o potencial de ganhos é multiplicado ainda mais do que se fosse por juros simples.

Vamos a um exemplo para ficar mais claro? Imagine que você decide não gastar os R$ 1 mil que tomou emprestados anteriormente, mas aplicar em um fundo que rende 1,5% ao mês, acrescendo R$ 100,00 a cada 30 dias. 

Quanto você teria em conta depois de seis meses?

  • 1º mês – R$ 1.000 x 1,5% = R$ 1.115,00
  • 2º mês – R$ 1.115 x 1,5% + R$ 100,00 = R$ 1.231,72
  • 3º mês – R$ 1.231,72 x 1,5% + R$ 100,00 = R$ 1.350,19
  • 4º mês – R$ 1.350,19 x 1,5% + R$ 100,00 = R$ 1.470,44
  • 5º mês – R$ 1.470,44 x 1,5% + R$ 100,00 = R$ 1.592,49
  • 6º mês – R$ 1.592,49 x 1,5% + R$ 100,00 = R$ 1.716,37.

Consegue perceber a diferença? 

Em apenas seis meses e com aportes mensais de apenas R$ 100,00, você superou de longe o valor que teria pago pelos R$ 1 mil quatro meses antes do empréstimo terminar de ser pago.

É isso que faz das aplicações financeiras um bom negócio, principalmente no longo prazo, já que, quanto mais tempo o capital tiver para render, maior a remuneração.

Onde tem juros simples?

Como vimos anteriormente, os juros simples são normalmente aplicados em contratos de empréstimo e de financiamento. Já nas aplicações de renda fixa como o CDB e o LCI, por exemplo, prevalecem os juros compostos.

Sendo assim, nesses casos, o dinheiro investido rende em função do montante aplicado no início somado à rentabilidade anterior. É o que acontece também na poupança, na qual vale a regra dos juros compostos. Assim sendo, a cada mês, o rendimento será calculado em cima do saldo atual.

Imagine agora o quanto um investimento como a previdência privada, normalmente feito para longos períodos, não poderia render com base em juros compostos? Lembre que, nesse tipo de investimento, geralmente se trabalha com décadas de aportes mensais.

Entendendo os juros em investimentos populares

Embora o rendimento da poupança seja calculado com base em juros compostos, isso não faz dela atrativa, se comparada com outras aplicações de renda fixa. Isso porque há outras regras aplicáveis para calcular o quanto rende a popular caderneta e que, no geral, a torna bem menos interessante, ainda que ela seja isenta de impostos.

É diferente do que acontece em aplicações como o CDB, LCI ou LCA, nas quais a rentabilidade é calculada conforme a taxa DI, em geral equivalente a 100% desse índice. Na poupança, o rendimento é de apenas 70% da taxa básica, caso ela esteja abaixo de 8,5%. 

Então, ficou claro para você a importância dos juros simples e de que forma eles se aplicam às finanças? Continue sempre por aqui, no blog da Onze. Você só tem a ganhar quando aprende a gerir melhor suas finanças.