Pro rata: o que é e como afeta os investimentos?
Pro rata é um dos critérios para cálculo mais utilizados nas áreas de finanças e contabilidade. Ele serve para aferir tanto a remuneração quanto a cobrança de juros. Mas por que um empresário precisa saber o significado dessa expressão?
Na verdade, o cálculo pro rata é útil em tantas circunstâncias que chega a ser um erro restringi-lo apenas aos profissionais das áreas ligadas às finanças. Sua função é bastante abrangente e, acredite, um dia você precisará conhecê-lo até para saber se está pagando o valor justo de um empréstimo ou de um financiamento, por exemplo.
Em outras palavras: trata-se de uma ferramenta imprescindível para tratar das finanças pessoais e, por extensão, das contas de uma empresa ou de uma sociedade. Que tal então avançar na leitura para conhecer o pro rata com mais profundidade?
O que é pro rata?
O termo pro rata tem origem no latim e sua tradução é “medido proporcionalmente”. É bastante aplicado nos meios jurídico, entre economistas e, em especial, empreendedores. Sua função é, basicamente, servir como um fator de equilíbrio quando se faz necessário calcular valores a serem pagos em função de uma fração de tempo.
Você deve saber que taxas em geral são aplicáveis conforme períodos anuais (a.a.) ou mensais (a.m.), certo? Assim sendo, é preciso adotar algum tipo de mecanismo que torne mais justa a cobrança quando as taxas contratuais não forem aplicáveis em função de períodos mais curtos.
Imagine, por exemplo, que você fez uma aplicação cujo rendimento previsto é de 3% a.m., podendo ser resgatado a qualquer momento. Passados 20 dias, você resolve fazer esse resgate. Logo, aquela taxa já não será mais praticada, já que ela prevê apenas os juros mensais. Nesse caso, será preciso lançar mão de um mecanismo compensatório para que a taxa prevista seja distribuída proporcionalmente. É aí que entra o pro rata.
Como funciona o pro rata
A vantagem do pro rata é ser um método bastante simples de se aplicar. Vamos supor que, no exemplo do investimento do tópico anterior, você tenha feito uma aplicação de R$ 1 mil. Se esse valor fosse mantido ao longo de 30 dias, pela taxa prevista, ele renderia R$ 30,00, concorda? Só que você fez a retirada antes disso, portanto, deve receber o valor proporcional aos dias em que sustentou a aplicação. Logo, em vez dos R$ 30,00, você receberá apenas R$ 20,00, que é a remuneração aplicável nesse caso.
Essa lógica pode ser empregada em toda e qualquer situação em que seja preciso calcular um pagamento ou crédito realizado de forma fracionada. Muito simples de se compreender, não?
Quando o pro rata é utilizado?
O cálculo pro rata pode se manifestar de duas formas: pelo chamado pro rata temporis ou pro rata dies. Embora sejam conceitualmente procedimentos distintos, na verdade, eles são apenas variantes de um mesmo critério
No primeiro caso, a proporção leva em conta períodos de tempo superiores a um dia. O já citado exemplo do investimento ilustra bem esse tipo de cálculo. Outro uso comum do pro rata é no cálculo dos juros sobre o cheque especial, normalmente transcorrido em períodos de dias, caso em que se aplica o pro rata dies.
Muitos bancos, inclusive, dão dias sem cobrança de juros como estratégia de marketing para atrair adesões aos seus produtos financeiros. O cálculo de dividendos também é normalmente feito levando em consideração a proporcionalidade. Imagine, nesse caso, que temos um trio de sócios que investiu, respectivamente, 40%, 40% e 20% para formar o capital social de uma empresa que lucrou R$ 200 mil.
Na distribuição pro rata teríamos a seguinte distribuição:
- Sócios detentores de 40% da empresa: R$ 80.000,00 cada um
- Sócio detentor de 20%: R$ 40.000,00.
Vale destacar que, na cobrança de serviços, o pro rata só se aplica se estiver previsto em contrato. Ou seja, se você cancelar um serviço antes de 30 dias e a cobrança da mensalidade não contemplar esse cálculo, então, você pagará o valor de um mês.
Como o pro rata impacta seus investimentos
O critério é também largamente utilizado para calcular os rendimentos de aplicações financeiras de diversos tipos. Independentemente do tipo de investimento, provavelmente, em algum momento, será preciso calcular os resultados com base no pro rata.
É o que acontece ao calcular o swap, que serve para determinar se uma aplicação será remunerada ou taxada em um dia. Aplicações mais conservadoras ou de renda fixa, como o CDB, costumam render diariamente. Contudo, se você quiser estimar o rendimento diário, deverá aplicar o pro rata de acordo com a taxa anual.
Exemplo de pro rata em investimentos
Supondo que você investiu em um CDB pós-fixado e quer saber quanto ele vai render diariamente, tomando como referência a taxa para um ano. Se você já fez esse tipo de aplicação, sabe que ela pode apresentar alguma variação, em função de alterações nas taxas, conforme contrato.
Logo, se o rendimento anual previsto é de 5%, então, seu rendimento diário será algo em torno de 0,1%. Portanto, se a aplicação render menos que isso, sinaliza que o produto está rendendo abaixo do esperado, enquanto taxas superiores indicam sobrevalorização.
Ficou claro para você como funciona o pro rata e como ele pode te ajudar a antecipar os resultados financeiros ou para calcular juros e remuneração? Fique sempre por dentro dos temas mais relevantes em finanças e empreendedorismo, aqui na Onze. Nessa jornada para se tornar um investidor melhor, conte conosco e tenha acesso aos melhores produtos financeiros sem pagar taxas abusivas.