Taxa de juros real: saiba o que é e como calcular

Por Redação Onze

Se você possui dinheiro investido ou pretende realizar um financiamento, pode ser importante conhecer a taxa de juros real

O assunto parece complexo, do tipo que só quem é especialista na área compreende? Então, é hora de deixar para trás essa impressão e entender o conceito e a sua aplicação a partir de exemplos simples e objetivos. Siga na leitura deste artigo e confira!

O que é a taxa de juros real?

A taxa de juros real tem esse nome justamente por ser um indicador que mostra, por exemplo, a rentabilidade de um investimento, descontado o impacto da inflação.

Já no caso de um empréstimo, ela sinaliza o quanto a instituição bancária realmente lucrou com o valor envolvido na transação – porque, novamente, a porcentagem de juros expressa não considera o fator inflacionário.

Vamos pensar em um exemplo bastante comum do dia a dia para simular como isso funciona na prática.

Você está fazendo uma busca no mercado e encontra o ar condicionado que queria por R$2 mil. No entanto, como os dias de calor estão terminando e só vai precisar dele durante o próximo verão, decide postergar a compra e investir o dinheiro. Assim, ainda vai conseguir alguma sobra financeira quando adquirir o produto, daqui um ano.

Para isso, escolhe uma opção de investimento com juros nominais de 10% ao ano e aplica os R$ 2 mil. Dentro do período determinado, considerando a rentabilidade anunciada, você contaria com R$ 2.200,00, certo? Na verdade, depende.

Se o que você busca é saber o seu lucro efetivo, é preciso descontar a inflação – eis aqui o conceito de taxa de juros real. No caso de uma inflação de 17%, o preço do ar condicionado subiu para R$ 2.340,00. Ou seja, a taxa real de juros da aplicação ficou negativa, na casa de – 7%. 

Então, no lugar de efetivamente ganhar dinheiro, o seu poder de compra encolheu em R$ 140,00 – valor obtido entre a diferença da desvalorização de R$ 340,00 por conta da inflação e dos R$ 200,00 conseguidos com a rentabilidade do investimento. 

Taxa real x nominal

O exemplo acima nos permite entender que existe uma diferença entre a rentabilidade anunciada e aquela que, de fato, você atinge. O hiato que existe entre os dois extremos é a inflação.

Isso significa que a taxa nominal é aquela declarada pela instituição quando você contrata o ativo. Estamos falando do número visível e sempre anunciado.

O grande problema é que esse número não mostra o quanto o seu patrimônio realmente cresceu acima da inflação – que representa a valorização no preço dos produtos e serviços.

Por que conhecer a taxa de juros real?

Quem atua com carteira assinada já deve ter reparado que, anualmente, existe uma negociação da empresa com o sindicato da sua classe trabalhista para determinar a reposição da inflação.

Em geral, o pedido também inclui uma porcentagem que represente o chamado ganho real. Ou seja, a ideia é não apenas repor a inflação, mas garantir uma valorização do salário.

Com os investimentos, a lógica é semelhante, como já vimos no exemplo. Nesse sentido, conhecer a taxa de juros real pode ajudar você a fazer escolhas mais inteligentes em relação ao seu dinheiro e ter uma previsão de rentabilidade.

Também é uma boa forma de saber qual é o melhor momento para investir ou para solicitar um financiamento, por exemplo.

Como é medida a taxa de juros real?

Quando falamos de um investimento, a taxa de juros real é o rendimento alcançado em um período, mas descontada a inflação acumulada naquele mesmo espaço de tempo.

Para fazer o cálculo, é possível recorrer à fórmula matemática a seguir: 

 

  • (1 + in) = (1 + r) × (1 + j)

 

Sendo que: 

  • in: taxa de juros nominal
  • r: taxa de juros real
  • j: inflação do período.

Impactos da taxa de juros real ao investir

Como deu para perceber, taxa de juros real tem tudo a ver com a rentabilidade que você alcança ao fazer qualquer investimento. Para ficar mais claro, vamos trazer um exemplo aplicado à fórmula que acabamos de mostrar. 

Vamos supor que você tenha investido R$15 mil durante um ano, alcançando um rendimento de 8%. No período, a inflação foi de 3%. O cenário seria representado na fórmula assim:

  • (1 + 0,08) = (1 + r) × (1 + 0,03)
  • 1 + r = 1,08 ÷ 1,03
  • 1 + r = 1,04
  • r = 1,04 – 1
  • r = 0,04

Temos, portanto, que a taxa de juros real do investimento foi de 4%.

Então, da mesma forma que é importante saber qual é a taxa nominal, aquela que normalmente está disponível, também é fundamental conhecer os detalhes que nem sempre ficam visíveis.

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