Gamificação em processos seletivos: como funciona e como implementar

Por Redação Onze

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A gamificação em processos seletivos é uma estratégia para engajar candidatos, avaliar competências técnicas e comportamentais e aumentar a assertividade da seleção de profissionais. Se você acha que essa estratégia ainda está restrita a grandes organizações, talvez seja a hora de repensar.

Qualquer empresa pode se beneficiar da gamificação, desde que o desenho das dinâmicas propostas aos candidatos seja coerente. É uma tarefa desafiadora, mas que ajuda a analisar a performance dos profissionais em diferentes níveis.

Quer saber como funciona a gamificação em processos seletivos e o passo a passo para implementar no seu negócio? Então, acompanhe as dicas a seguir.

Como funciona a gamificação em processos seletivos

Para entender como funciona a gamificação em processos seletivos, primeiro é necessário compreender o conceito. De forma resumida, a gamificação consiste na aplicação de técnicas e design de jogos em contextos variados, fora do próprio ambiente dos games.

Não à toa, esse conceito se tornou uma tendência nos recursos humanos, sobretudo quando falamos de processos seletivos. No recrutamento, a gamificação tem como objetivo criar uma dinâmica de jogos para desafiar candidatos, testar conhecimentos e mensurar competências técnicas e comportamentais.

No livro Gamification: princípios e estratégias (Pimenta Cultural, 2016), Raul Inácio Busarello explica que a proposta é justamente utilizar elementos de jogos para fomentar a resolução de problemas e estimular o indivíduo. Parece confuso? Então, vamos a alguns exemplos práticos.

Em um processo seletivo, a gamificação pode ser usada por meio da aplicação de rankings e recompensas no desenvolvimento de tarefas, em que os candidatos mais qualificados são aqueles que figuram no topo da lista.

Também é possível aplicar dinâmicas em diferentes níveis, em que o profissional avança conforme suas competências para lidar com os desafios compostos  — como em um jogo de fato.

Cases de gamificação em processos seletivos

A gamificação em processos seletivos ainda parece uma ideia muito abstrata para você? Então, conheça dois cases de empresas que usaram essa estratégia:

L’Oréal

A L’Oréal, multinacional francesa de cosméticos, foi uma das primeiras a aplicar a gamificação em processos seletivos por meio de um jogo chamado Brandstorm. O objetivo é avaliar e atrair estudantes de graduação. Para isso, o ambiente virtual coloca os participantes no lugar de diretores de marketing na indústria da beleza.

Grupos de acadêmicos são formados e recebem um caso de estudo para fazer uma análise de mercado e lançar um produto inovador a partir da orientação de executivos da marca. O processo dura meses e, ao fim, a L’Oréal avalia os participantes dos pontos de vista de inovação, análise, estratégia e capacidade de trabalhar em equipe.

Nestlé

Outro case de gamificação em processos seletivos é o da marca de alimentos Nestlé. A estratégia é aplicada em seleções de trainees. Por meio do gamification, a empresa simula um jogo “Escape 60” presencialmente e, na fase online, aplica testes de raciocínio lógico via aplicativo.

É o que explica Ana Schiavone, gerente de talent acquisition da Nestlé, em uma entrevista para o site InfoMoney. “Em um dos anos, o candidato chegava em uma certa fase em que tinha que fazer uma série de decisões. Não tinha certo e errado, mas ao escolher A ou B ele nos mostrava se estava alinhado ou não com a Nestlé”, exemplifica ela.

Dicas para a gamificação em processos seletivos

Depois de se inspirar em cases de sucesso, é hora de planejar a gamificação em processos seletivos na sua empresa. A seguir, confira quatro dicas para uma implementação bem-sucedida.

1. Defina as competências e o perfil ideias para a vaga

Inicialmente, é importante ter uma visão clara sobre os requisitos vaga: competências técnicas e comportamentais exigidas e o perfil que você busca no profissional. Essa definição serve como um ponto de partida para definir quais habilidades e critérios devem ser avaliados no processo seletivo.

2. Estabeleça a dinâmica do jogo

Em seguida, considerando os insights que você deseja obter, é hora de desenhar a dinâmica do jogo  — a etapa mais desafiadora. É imprescindível que as atividades propostas sejam coerentes em relação ao que a empresa quer extrair da seleção. Por exemplo: para uma vaga que demanda raciocínio lógico, os quizzes são recursos interessantes.

Já para uma vaga que requer trabalho em equipe, dinâmicas de grupo em um ambiente digital em que os participantes devem solucionar problemas para passar de fase pode ser uma alternativa eficaz.

Em um artigo para a revista Forbes, Stephen Baer, head de estratégia criativa e inovação da The Game Agency, afirma que um jogo completo permite identificar quem realmente tem interesse na vaga.

“Um jogo bem construído deve incluir perguntas instigantes sobre material pertinente e fornecer feedback concreto para ajudar alguém a saber se estava certo e/ou como sua decisão impactou o cenário virtual”, explica o autor.

3. Viabilize a ideia

O terceiro passo consiste em viabilizar a ideia em termos operacionais. Por exemplo: vai ser preciso criar um aplicativo? Um site específico para o processo? Quais ferramentas serão necessárias?

Com essas respostas em mente, você pode identificar se há uma equipe qualificada na empresa para colocar o projeto em prática ou se é preciso terceirizar o trabalho. Depois, coloque a ideia em prática e seja claro ao explicar as dinâmicas aos candidatos.

4. Acompanhe resultados

Por fim, depois de implementar a gamificação em processos seletivos, acompanhe resultados de forma contínua. Nessa hora, é interessante definir indicadores relativos ao recrutamento para identificar quais foram os resultados da estratégia e aplicar correções quando necessário.

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