Fundos de previdência privada: entenda a revolução deste mercado

Por Redação Onze

fundos de previdência privada

Os fundos de previdência privada a cada dia ganham mais adeptos. Entretanto, devido às suas particularidades, ainda despertam dúvidas.

Se esse também é o seu caso, acompanhe o artigo a seguir. Nele, você vai compreender como a previdência privada pode contribuir para que você tenha um futuro mais tranquilo e com melhor qualidade de vida. No decorrer do artigo você aprenderá:

  • O que são os fundos de previdência privada;
  • Quais são as regras desses fundos;
  • Tipos de fundos de previdência;
  • Taxas cobradas e como evitá-las;
  • As vantagens dos fundos de previdência privada,
  • Como encontrar o melhor fundo para você.

O que são fundos de previdência privada?

Primeiramente, precisamos esclarecer que a previdência privada pode ser aberta ou fechada. A fechada, também conhecida como fundo de pensão, é oferecida exclusivamente por algumas empresas aos seus funcionários e também por entidades de classe a seus associados, como é o caso dos advogados, por exemplo.

Já a previdência privada aberta, foco deste artigo, é acessível a qualquer pessoa ou empresa que possa conceder planos de previdência corporativa como benefício aos seus funcionários.

A previdência aberta é um tipo de investimento indicado para quem pretende acumular recursos financeiros para concretizar planos de médio e longo prazo, incluindo a aposentadoria. É possível investir por meio de instituições bancárias, corretoras e gestoras independentes, por exemplo. Se sua empresa oferece um plano de previdência corporativa, o acesso é ainda mais fácil.

Os recursos contribuídos pelos titulares são reunidos e investidos por meio de fundos de investimento. O gestor do fundo é responsável por decidir em quais ativos os recursos serão aplicados, buscando a melhor relação entre risco e retorno aos clientes.

Após o período de acumulação, no qual o titular ainda está fazendo suas contribuições ao plano, ele poderá optar por resgatar todo o valor de uma única vez, resgatar periodicamente, conforme suas necessidades (enquanto o resto do dinheiro continua investido e rendendo) ou então receber o benefício em forma de renda mensal.



Regras dos fundos de previdência privada

Quando falamos sobre previdência é muito importante ter em mente que existem algumas regras para composição dos fundos. Uma delas é o impedimento da aplicação de 100% dos recursos em ativos de renda variável, como ações, quando o público alvo é formado por investidores em geral (não qualificados ou profissionais).

Essas normas por muito tempo foram uma barreira para as gestoras dos fundos de previdência, que tinham dificuldades em diversificar a carteira e traçar estratégias de bom retorno para o longo prazo, especialmente em tempos de taxa Selic baixa, como acontece hoje.

Nos últimos anos, no entanto, as regras têm se tornado mais flexíveis. A resolução nº 4.769/2019, por exemplo, autoriza o investimento de até 20% dos recursos do fundo de previdência em fundos de investimentos do exterior – uma forma de diversificar mais os ativos, diluir os riscos e potencializar o retorno.

Essa flexibilização tornou a previdência privada um produto mais atraente e chamou a atenção de gestores e investidores. Com o crescimento do mercado de previdência, os brasileiros passaram a ter acesso a fundos com taxas mais baixas e estratégias mais robustas.

Tipos de fundos de previdência privada

Na hora de investir na previdência é preciso escolher um fundo que se adeque aos seus objetivos como investidor. Isso porque existem fundos com diversos perfis, que vão dos mais aos menos agressivos.

Os fundos de renda fixa, por exemplo, são considerados conservadores e indicados para quem não quer correr muitos riscos. Já os fundos multimercado variam entre moderados e agressivos, sendo indicados para quem topa correr um risco maior em troca de uma possibilidade de ganhos também maior.

Já os fundos de ações são os mais agressivos deste mercado. Neles, os investidores topam correr ainda mais risco em troca de uma possibilidade de ganhos também superior. Alguns exemplos de ativos em que os fundos citados acima investem são:

Fundos de renda fixa: títulos do governo como Tesouro Selic, Prefixado e IPCA+ e títulos de crédito privado (emitidos por empresas);

Ações: ações brasileiras e estrangeiras (nesse caso há um limite de exposição do patrimônio do fundo) e derivativos relacionados (futuros e opções),

Multimercados: pode negociar em diversos mercados, como títulos do governo, ações, derivativos (futuros e opções), além de operações envolvendo crédito privado, câmbio, entre outros.

A maior parte dos fundos de previdência tem como taxa referencial o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que está sempre bem próximo à Selic, com exceção dos fundos de ações, que normalmente têm como benchmark o Ibovespa. Em outras palavras, o objetivo dos gestores é fazer com que os rendimentos superem esse indicador.

É importante ressaltar que a classe de fundo escolhida é o principal determinante de qual será a renda obtida na aposentadoria. Assim, é preciso ficar claro para o investidor que o conforto de deixar seu dinheiro em um fundo de renda fixa muito provavelmente implicará uma acumulação menor de patrimônio (possivelmente bem menor) para a aposentadoria em comparação com um fundo multimercado com uma carteira bem diversificada.

Taxas dos fundos de previdência

Existem algumas taxas que podem ou não ser cobradas dos investidores de fundos de previdência privada. Por isso, é muito importante o investidor entender quais são elas, quais valores são aceitáveis e quando podem ser consideradas abusivas.

Taxa de administração

Como o próprio nome diz, é uma taxa paga à gestora do fundo pelo trabalho de administração da carteira. Ela é uma taxa informada em base anual que incide sobre o patrimônio do fundo, mas que é cobrada diariamente dos investidores. Com raríssimas exceções, todo fundo cobrará taxa de administração, mas isso não quer dizer que você deva aceitar qualquer valor.

No caso dos fundos de renda fixa, a taxa de administração costuma variar entre 0,8% e 1,5% ao ano, sendo que já é bastante difícil um gestor justificar a cobrança perto do topo dessa faixa.
Nos fundos multimercado, a taxa costuma ficar entre 1% e 2% ao ano. Já os fundos de ações são mais caros e costumam cobrar entre 2% e 3% ao ano de taxa de administração.

Taxa de carregamento

A taxa de carregamento, também conhecida como taxa de entrada, é um percentual descontado de todo aporte feito pelo investidor – cobrança que pode chegar a 6%, em alguns casos. Atualmente, essa taxa é considerada abusiva e, por isso, só é cobrada em alguns planos de previdência mais antigos. Com tantas opções no mercado, não faz sentido investir em um fundo que cobra taxa de carregamento.

Taxa de saída

A taxa de saída também é comum apenas em planos antigos. Basicamente, o investidor paga quando decide resgatar todo o dinheiro do fundo antes da aposentadoria ou pede a portabilidade do plano para outra instituição. Assim como no caso da taxa de carregamento, não é recomendado aplicar em fundos com taxa de saída.

Taxa de performance

Cobrada majoritariamente em fundos multimercado e de ações e, em alguns casos, também em fundos de renda fixa. A taxa de performance incide apenas sobre o rendimento do fundo que excede o indicador de referência – que, normalmente, é o CDI ou o Ibovespa.

Vantagens dos fundos de previdência privada

Segurança

Os fundos de previdência são oferecidos por instituições financeiras consolidadas no mercado e autorizadas a funcionar pela CVM e Anbima. Além disso, a previdência privada tem regras de funcionamento que acabam protegendo os investidores. Por trás dos planos há sempre uma gestora, uma administradora, uma seguradora e um custodiante, que é o banco onde o dinheiro fica alocado.

Se a gestora do fundo quebra, por exemplo, a administradora pode passar os recursos dos cotistas para outra gestora, sem que haja prejuízos para os investidores.

Benefício fiscal

A previdência privada conta ainda com um ponto positivo que faz toda a diferença: a tributação do Imposto de Renda. São três aspectos positivos relacionados ao IR.

O primeiro deles, válido para todos os fundos previdenciários, é a não incidência de come-cotas, uma antecipação semestral do Imposto de Renda cobrada em fundos de investimentos não previdenciários. Nos planos de previdência, o imposto é pago apenas no resgate, o que permite o diferimento desse pagamento por muitos anos, gerando um efeito muito positivo na rentabilidade líquida de IR, que é a que realmente importa.

O segundo é a possibilidade de se atingir uma alíquota de IR de apenas 10%, enquanto em fundos não previdenciários e outros investimentos a menor alíquota possível é 15%. Para isso, é preciso que o investidor, ao definir seu plano, escolha a tabela regressiva de IR e mantenha as aplicações por pelo menos 10 anos antes de resgatá-las. Pode parecer muito, mas a previdência é um produto voltado principalmente para a aposentadoria, que, para a maioria das pessoas, ainda está décadas à frente do momento em que começam a investir.

O terceiro é a possibilidade de deduzir até 12% da renda anual bruta na modalidade de declaração completa do IR nos casos dos planos PGBL, o que também permite o diferimento do pagamento de IR.

Portabilidade

Outra vantagem da previdência é a possibilidade de realizar a portabilidade de seu dinheiro para outro fundo sem precisar realizar o resgate, evitando, assim, pagar IR antecipadamente. Se o investidor estiver insatisfeito com o rendimento do fundo ou com as taxas cobradas, ou mesmo quiser migrar para um fundo mais adequado ao seu perfil e seus objetivos, pode pedir a portabilidade de plano e migrar os recursos para outro fundo de previdência.

Alta liquidez

Ao contrário do que se imagina, na previdência privada o dinheiro investido não fica preso. Ou seja, a solicitação de saque pode ser feita quando o contribuinte desejar, após passar o período de carência, que normalmente é de 60 dias entre um resgate e outro.

Lembrando que é preciso ficar atento ao regime tributário escolhido. Se for a tabela regressiva, quanto menos tempo o dinheiro ficar no fundo, maior será a alíquota de imposto de renda incidente.

Gestão especializada

Quem investe na previdência privada não precisa ficar gastando seu tempo acompanhando diariamente o mercado e os investimentos, nem decidir em quais ativos alocar seu dinheiro, pois esse é o principal papel do gestor do fundo.

O formato é bastante indicado para quem ainda não possui muita experiência com investimentos e/ou não tem ou não quer gastar tempo com essa finalidade. Pelos fundos de previdência é possível investir, por exemplo, em títulos públicos e privados, em ações de grandes companhias brasileiras e internacionais, moedas e outros investimentos mais complexos.

Lembrando, contudo, que é preciso buscar um fundo que tenha perfil e estratégia compatível com seus objetivos.



Fundos de previdência privada: o que considerar ao escolher um?

Na hora de escolher em que fundo de previdência investir é preciso ficar atento. Segundo o Ranking Onze dos Piores Fundos de Previdência de 2020, os 20 piores fundos deste mercado fecharam o último ano com R$ 2 bilhões em patrimônio – um dinheiro muito mal investido, já que todos eles tiveram rendimento acumulado negativo no período.

A maioria dos piores fundos é de grandes bancos, onde estão as maiores taxas e os menores rendimentos. Portanto, na hora de escolher o melhor fundo de previdência privada:

  • Identifique qual categoria de fundo (renda fixa, multimercado ou ações) é mais adequada aos seus objetivos e perfil de investidor;
  • Confira a credibilidade e transparência da gestora;
  • Se informe sobre as regras e características de seu contrato relativas às taxas, objetivo de rentabilidade, portabilidade, carência e resgates.

Peça ao banco ou gestora o histórico de rendimento do fundo ao menos dos últimos 6 meses e compare com outros disponíveis no mercado da mesma classe (compare fundos de renda fixa com renda fixa, de ações com de ações). Mas lembre-se que fundos que foram bem no passado não necessariamente performarão bem no futuro, então a rentabilidade passada não deve ser o critério de decisão.

Com um pouco de dedicação é possível encontrar a melhor alternativa de fundo de previdência para seus objetivos de investidor. Se quiser conhecer melhor esse mercado e entender porque a Onze está reinventando a previdência privada no país, acesse nosso blog!

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